Protecção/ Liberdade

Hoje venho só contar-vos qual a minha última reflexão:

Tentar perceber como será possivel conciliar a nossa necessidade de ser amadas, com a necessidade de ser independentes.

Acho que desde pequeninas sentimos esse conflito.Primeiro, com os nossos pais, depois com o nosso companheiro e até mesmo com os nossos filhos!

Será que algum dia conseguimos esse equilíbrio?

Por um lado, queremos ser protegidas, acarinhadas, especiais para aqueles de quem gostamos.Dá-nos segurança sentirmo-nos amadas, conduzidas por alguém.

Por outro, queremos ser senhoras das nossas vidas, dos nossso actos, das nossas opções.

Provávelmente, levamos uma vida inteira sem conseguir resolver este conflito!

A mulher de meia-idade

Os anos vão passando e quando damos conta, chegamos aquilo que é habitual chamar de meia idade.Lembramos as nossas mães com as suas permanentes e saias pelo joelho e definitivamente não nos revemos nelas! Estamos bem diferentes...ao ponto de passarmos por irmãs das nossas filhas! Muita coisa mudou entretanto...mentalidades, formas de vestir e pentear!

As roupas das mães são hoje as roupas das filhas.Os penteados são os mesmos e tudo é falado , discutido, sem tabus! Muitas vezes, frequentam os mesmos locais e quantas vezes, as mães são bem mais atraentes que as filhas...

Pois é, a quarentona mudou!Já não é mais a mulher careta, com ar pesado, mas antes uma mulher segura de si e da sua imagem! Sabe o que quer e não precisa de marido para se sentir bem...

Apesar desta grande revolução, que tem a ver essencialmente com uma mudança de mentalidades, os primeiros sinais de envelhecimento começam a surgir e nem sempre é fácil lidar com uma nova imagem, sobretudo numa era do culto da beleza.E muito mais quando se trata da mulher.

Ainda hoje, ouvi uma amiga a dizer a um homem que ele estava muito gordo, e perante a sua indignação com a exclamação, ela acrescentou" Qual é o problema?!Se fosses mulher, dizia-te que estavas na mesma".

Fiquei a pensar nesta observação e de facto somos nós mulheres que cultivamos esta exigencia connosco próprias, como se fossemos obrigadas a ficar sempre bonitas e elegantes, ao invés do homem, que pode ser barrigudo e ter cabelos brancos, porque mesmo assim tem as meninas de vinte e trinta aos seus pés!

E quando regressava a casa ,reparei no outdoor da campanha dos novos produtos da Dove e parei estupefacta.Pela primeira vez via mulheres de mais de 45 anos a serem fotografadas para uma campanha publicitária de produtos de beleza!Parabéns à Dove!

É importante mostrar à mulher que mesmo com o avançar da idade, pode continuar a ser bonita e por vezes, até bem mais interessante que as menininhas de vinte, todas iguais...

Há pessoas...

Há pessoas que podemos estar muito tempo sem as ver, que quando as encontramos, recomeçamos a conversa, como se tivessemos estado na véspera!

Há pessoas que sem falsos moralismos, expressam o que sentem...as suas fragilidades, os seus desejos, os seus medos...

Há pessoas que quando precisamos delas, sem que seja necessário pedir, nos dão a mão...

Há pessoas que estamos tanto tempo sem ver, mas quando as reencontramos, nos sabem olhar e perceber que estamos a precisar de apoio...

Há pessoas que nos sabem abraçar quando é apenas isso que precisamos... Há pessoas que sabem ver para além daquilo que os olhos vêem... Há pessoas que vêem com o coração!

Tal como as plantas...

A vida vai-nos moldando e não voltamos a ser iguais.

Recordo que ainda há bem pouco tempo, delirava com situações que agora nada me dizem.Sentia tudo de forma bem distinta.

Tal como as plantas, vamos secando...

As desilusões que as relações com os outros nos trazem acho mesmo que é aquilo que nos vai secando por dentro.

Morremos devagar, gradualmente, nos nosso sonhos, nos nossos projectos, nos nossos sentimentos, muito antes da morte física.

Já não sentimos da mesma forma, nem com a mesma intensidade!

Tal como as plantas, quando não lhes arrancamos as folhas velhas, ou quando não as regamos, vão secando, e apesar de muitas das vezes sobreviverem, não voltam a florir.

Perdem a vida!

Como o tempo...

Os dias passam...

Uns mornos, outros tensos, outros leves...

Vou alternando entre estes vários estados de espírito!

Tal como o tempo...

Umas vezes sem graça, outras carrregado e outras solarengo.

Imprevísivel, inconstante, insatisfeita...

Assim me sinto, igual ao tempo!

Simplificação?

Esta manhã fui a dois serviços públicos, tratar de burocracias inevitáveis para se conseguir fazer um negócio, seja ele qual for.Enquanto aguardava a minha vez, observava tudo à minha volta e pode constatar que o que efectivamente mudou não foi o funcionamento em si, mas a imagem.

À minha frente passavam imagens num écran que publicitavam as reformas feitas nos serviços públicos.Instalações modernas, mais eficácia, simpatia e rapidez no atendimento..Tudo era perfeito naquele écran.

Porém, a realidade era bem diferente.Os funcionários mantém a sua postura de quem nos está a prestar um favor.O tempo de espera mantém-se, com as salas cheias de gente que em pé, aguarda a sua vez.

Mal entramos somos confrontados com uma máquina que põe à nossa disposição variadíssimas senhas de todas a cores e com várias opções.Aliás, o problema começa logo aí...saber qual a opção que diz respeito ao nosso caso.Depois do compasso de espera respiramos de alívio e dirigimo-nos ao balcão.É a nossa vez!

À nossa frente, temos um funcionário que, com ar de frete, nos atende.Somos mais um número...e no final, lá temos que pagar ao Estado o " favor "de nos passar uma certidão...

Enfim, uns calados ,outros reclamando, ali estávamos porque não tínhamos outro remédio se não aguentar.

Perguntei a mim própria onde estava a mudança e concluí que se limitou à imagem...

Aliás, é de imagem que vivemos e com ela nos vão iludindo.

Onde estava a simplificação, a desburocratização tão publicitada?!

Mal/ Bem

Cada vez me convenço mais de que existem no universo dois enormes poderes que lutam entre si: O Bem e o Mal! Chamem-lhe os nomes que quiserem, mas são duas forças que coabitam no espaço que respiramos.

Assim como cada vez estou mais convicta de que o poder do Mal se sobrepõe ao do Bem!

Se não vejamos as injustiças que ocorrem connosco próprios e com aqueles que consideramos pessoas de bem.Já para nem falar dos inocentes que são vítmias de actos de violência gratuita, como ainda agora aconteceu na Universidade de Virginia Tech nos EUA.Ou dos milhares de inocentes que morrem à fome em África.

A sensação que tenho é a de que praticar o mal, ou seja ser desleal, egoísta, traidor, são atributos que compensam!

Ao invés, ser-se leal, solidário, honesto, leva inevitávelmente ao sofrimento, seja ele físico ou psicológico!

Como mulher de fé, custa-me muito ter de admitir esta realidade, mas é o que sinto...

Sei que todos somos capazes de praticar actos bons e maus.

Todos temos no nosso interior duas facetas que coexistem e consoante as cirscunstancias, uma sobrepõe-se à outra.Mas apesar disso, há aqueles que têm limites e os que não os têm.E a verdade, desculpem-me os idealistas, é que os que não os têm, são os que tudo conseguem!

Basta olhar para esta imagem e ver o quanto o Mal vence o Bem...

Liberdade de expressão

Mais uma vez, não deixo de ficar apreensiva com o controle da comunicação social feita pelo governo. Desta vez é a nomeação de Pina Moura para director da Media Capital que como sabem tem a TVI e o rádio Clube. Isto tudo negociado pelo nosso Primeiro-Ministro ( sempre pronto a "vender" o país aos nossos vizinhos espanhóis).E desta vez, colocando mais um canal de televisão nas mãos de homens do partido.

Isto tudo é feito com a maior das naturalidades, falta de vergonha e ausencia de reacção da oposição e da opinião pública!

Enfim, estamos a caminhar a passos largos para uma ditadura de esquerda e ninguém se mexe...

Alguns cronistas ainda têm a coragem de mostrar a sua indignação, mas até quando?

Qualquer dia restam-nos os blogs para termos a tão falada liberdade de expressão e informação pluralista.

Vontade de fazer coisas

Hoje apetece-me fazer coisas!Não consigo estar parada!

Não quero saber das notícias que me entram pela casa dentro através do ecran de televisão..

Farta de violência gratuita.Saturada de falta de indignação perante a ausência de carácter.

Não quero saber das notícias que recebo de pessoas em que acreditei e pensei conhecer e afinal ,enganei-me.Não quero saber das desilusões que tive.

Não quero saber se amanhã vou estar bem ou não!

Apenas quero viver este dia tal como me sinto agora...

Com energia, com vontade de fazer coisas!

Há dias...

Há dias em que sinto um enorme bloqueio.Não consigo pensar, conversar e só me apetece estar em silêncio, comigo própria.Nesses dias, observo mais atentamente o que me rodeia.Aquelas pequeninas coisas do dia a dia, que quando andamos a correr, ou preocupados em cumprir um determinado objectivo, nos passam despercebidos.

Pode ser uma simples flor, o voo de uma ave, ou a expressão de uma pessoa.

Pode ser o cheiro a relva acabada de cortar, o aroma das glicinias, ou o perfume de alguém , que nos faz recordar momentos vividos.

Pode ser um determinado local onde sentimos uma sensação especial de liberdade, ou que nos recorde episódios passados que de algum modo, nos marcaram.

Enfim, há dias assim...

Hoje, foi um deles...

O sol

Não sei se já repararam na importância do sol na nossa forma de estar.Comigo, é impressionante a forma como me influencia!

Parece que o mundo passa de cinzento a cores...Olho as coisas de outro modo:a natureza, os gestos dos outros e até a mim própria!

O mar fica mais azul, as folhas das árvores mais verdes, as pessoas mais simpáticas...

Tudo fica diferente!

A luz do sol irradia a face e ilumina a nossa forma de ver o mundo!

Ao me aperceber disto, dei comigo a reflectir sobre as pequenas coisas que de algum modo me influenciam de forma positiva e descobri várias que vou aqui segredar.

Caminhar no meio da mata, sentindo o aroma do eucalipto e respirar fundo.

Passear à beira-mar ao final da tarde.

Observar o mar a bater nas rochas e sentir o cheiro a maresia.

Quando me apercebi do quanto me faz bem esta comunhão com a natureza, quando chega o sol, dei comigo a pensar o que será que leva cada vez mais gente a fechar-se em salas de ginásio, a transpirar por todo o lado e a respirar um ar viciado...

Será uma moda? Provávelmente, mas tão pouco saudável, quanto a mim

Aproveitemos o sol, a luz e os aromas da natureza que despertam os nossos sentidos...

Temos um país cheio de sol.Gozemos esse bem que ainda temos e esse sim, é para todos...

Paixão

Sinto falta de paixão no que faço, na vida que tenho, em tudo...

Sinto falta de loucura, aquela loucura que me fazia levantar de manhã com uma enorme vontade de viver...

A loucura que se prolongava ao longo do dia e da noite...extenuante, mas magnífica!

Paixão nas relações, paixão no trabalho....só assim tem sentido viver, ou não?

Relações a meio termo, empregos por sobrevivência....nada tem sentido sem paixão!

Que me perdoem os que vivem uma vida morna, que se acomodam e se sentem bem assim...

Eu não consigo!

Só sei viver intensamente....contra as regras, contra o politicamente correcto, contra aquilo que é permitido e socialmente bem visto!

Não sou anarquista, mas não consigo viver a fazer apenas o que é obrigatório.

Tenho de pisar o risco!

Essencialmente, tenho de Sentir...

Sentir paixão em cada acção, em cada gesto, em cada impulso...

Viver sem paixão é como passar pela vida sem a viver...

Paixão é loucura, é esquecer as conveniencias, as aparências, é simplesmente Sentir!

É não querer saber o que os outros pensam ou dizem..

É esquecer as nossas defesas, os nossos medos, o nosso orgulho...

É sentir!

Credibilidade

Ontem fomos vítimas de uma verdadeira arte de representação do nosso Primeiro Ministro.

Ele que se diz inábil em Relações Públicas com os media, foi um perfeito R.P.!

Mais, chegamos à conclusão que até foi vitima de calúnias, porque na verdade considera ilegitimo da parte da comunicação social e da opinião pública que se levantem dúvidas( legítimas) sobre a sua licenciatura...Parece que é perfeitamente normal tanta trapalhada numa licenciatura....notas dadas um ano depois e em Agosto, certificado passsado a um domingo, correcções de curriculum, enfim para o nosso senhor Primeiro Ministro isto tudo faz parte da normalidade e não passam de questões burocráticas!

Não satisfeito, ainda enobrece todo o seu percurso académico em que, segundo o mesmo, revela nobreza de carácter e vontade de melhorar, exemplo que recomenda a todos...

Outro ponto interessante da sua entrevista, foi o revelar que os telefonemas feitos pelos seus acessores aos directores de redacção, tiveram apenas a intenção de esclarecer os jornalistas...

Já para nem falar da explicação dada sobre o facto de não ter falado antes( a investigação à universidade estava em curso ...( já terminou???)!

E como se tudo isto não chegasse, escolhe a RTP para "esclarecer"os portugueses, ao contrário de ter ido de imediato ao Parlamento prestar esclarecimentos...

Recordo que curiosamente, por muito menos que isto, Santana Lopes foi rotulado de imaturo, irresponsável e foi demitido pelo Presidente da República!

Enfim, mais uma vez se comprovou a imunidade do nosso Primeiro Ministro.

E volto a dizer que quero lá saber se é engenheiro ou não...

O que tudo isto vem denunciar é a falta de carácter de alguém que assume o papel de Primeiro Ministro de um país.É aí que está a gravidade...

Provávelmente é apenas o reflexo da sociedade que temos, como aliás se pode ver no resultado do tele-voto realizado pela Sic Notícias...Tudo é normal e como tal os portugueses consideram-se satisfeitos com as explicações de Sócrates!

Que credibilidade tem um Primeiro Ministro que denuncia tanta falta de carácter?!

Solidão

Por vezes sentimo-nos sós.Porém, há vários tipos de solidão.

Acontece estarmos sós porque não temos ninguém com quem partilhar as nossas emoções...

Porque estamos rodeados de gente que não nos diz nada...

Porque não estamos bem connosco próprios...

Ontem, uma amiga chamou-me porque se sentia só.

Tem aparentemente tudo para não se sentir sózinha.Contudo, é esse o seu estado de alma!

Ouvia-a e percebi que o seu sentimento de solidão tinha a ver com o vazio que tem dentro dela!

Pois é, podemos ter tudo e até mesmo gente à nossa volta, no entanto se não estivermos bem connosco próprias, não estamos bem com os outros.É o seu caso!

Ao contrário, um amigo meu que vive sózinho, falava-me há dias que sente falta de ruído na casa.Falta de vozes, de som...

Entendo-os muito bem, porque já passei por todos os tipos de solidão.

Desde alturas em que queria falar com alguém e não tinha ninguém ao meu lado.Em que o silêncio tornava a casa pesada.

Até momentos em que não conseguia estar com os outros e me isolava porque não estava bem comigo mesma.

São os nossos conflitos interiores que por vezes nos distanciam e afastam dos outros.

Não queremos mostrar que não estamos bem e tornamo-nos até agressivos.

Porquê? Os motivos podem ser tantos, mas a verdade é que quando estamos bem com o nosso eu , não sentimos solidão...quer estejamos acompanhados, quer não!

Felicidade

Hoje fala-se de felicidade como um bem a que todos temos direito.Assim como temos direito a adquirir casa e emprego, também temos direito à felicidade. Mas a felicidade não é algo que se compre, por mais que a publicidade nos traga mensagens portadoras dessa ilusão.Se formos de férias para um local paradisíaco, se comprarmos um determinado produto de beleza, enfim, tudo nos leva a alcançar a tão desejada felicidade. Cá para mim, acho mesmo que a felicidade não é nenhum estado, porque sinceramente não acredito que alguém minimamente inteligente se possa considerar feliz.Quando desejamos algo,achamos que nos vai trazer a desejada felicidade, mas logo que é alcançado, percebemos que queremos mais. Faz parte da insatisfação natural do ser humano. Além disso, é dificil ficar indiferente ao mundo selvagem que nos rodeia. Assim como é impossivel deixar de colocar questões, para as quais não obtemos resposta. Por mim, fazendo como que um balanço da minha vida, cheguei à conclusão de que nunca fui feliz, mas que tive momentos de extrema felicidade. Momentos inesquecíveis pela intensidade com que foram vividos.São esses momentos que considero de felicidade. Tive muitos, por isso talvez seja uma sortuda!

Ressuscitar

Páscoa devia ser época de esperança e alegria. Mas como é dificil ter esperança e alegria, quando a nossa vida está toda virada do avesso. Hoje passei alguns minutos numa igreja, com música de fundo que inspirava à reflexão. Senti durante aqueles escassos minutos uma imensa serenidade, para logo de seguida cá fora, cair na crua realidade. Uma vida amarga e vazia! Mesmo assim, arregacei as mangas e fui para a cozinha, dei o melhor de mim mesma, para receber a família.Sim, porque se eu não o fizer, ninguém o faz... Acabou o jantar e saíram todos.Fiquei eu de novo no meu canto com os meus pensamentos. Com uma enorme vontade de acreditar que é tudo uma questão de tempo. Que a vida se vai encarregar de colocar as peças todas no seu sítio. Ouço, mais do que falo porque não tenho nada para dizer que possa interessar aos outros. Se falamos do que sentimos, somos chatos e piegas, por isso remeto-me ao silencio. E é nesse silêncio que sinto a vida a fugir sem nada que valha a pena agarrar. Lutar porquê ou por quem? Mas como estamos na Páscoa, vou acreditar que assim como Jesus ressuscitou, um dia, quem sabe, eu ressuscite do nada e volte a ter vontade de viver.

Questão

Hoje venho apenas colocar uma questão: Como se explica que os nossos comentadores de serviço, se calem perante a nomeação de Rodrigo Santiago, como vice-reitor da Universidade Independente?! Uma universidade que está sob suspeita e cujo ex-reitor é arguido. E quem é o seu advogado de defesa? Rodrigo Santiago, recém nomeado para vice-reitor da universidade em causa.... Parece-me de tal forma evidente que esta nomeação é intencional, que não consigo entender como é que ninguém comenta tal facto! Homem de leis, conotado como sendo do partido que está no governo e defensor do ex- reitor, o que vos parece? Será que o seu papel não é o de "arrumar a casa", e depois de bem "arrumada", o Senhor Primeiro Ministro quebrar então o silêncio a que se remeteu, como se nada fosse com ele?! Pois é, não entendo este silêncio por parte da comunicação social, ou talvez entenda....

Os resistentes

Aqueles que ainda resistem teimosamente em não alinhar na corrupção, ou são de alguma forma vítimas dela,são hoje rotulados de fracassados. É o caso de um amigo meu, que depois de muitos anos de trabalho, está actualmente a lutar pela sua sobrevivência!Como ele haverão certamente muitos outros que desconheço e até talvez por motivos diferentes. Tenho acompanhado diáriamente esta luta e admiro a sua coragem!Só, sem apoio da familia, ou dos mil e um "amigos" que o acompanhavam nas grandes farras, tentou recomeçar uma nova vida. Ainda hoje me ligava dando conta da sua total incapacidade de conviver com um mundo em que tudo é pouco transparente...Confuso, assustado, dizia-me " venho com uma mão cheia de nada!" Pois é, como sobreviver sem se deixar corromper?Eis a questão que se coloca cada vez mais no país em que vivemos! Ou nascemos naturalmente afortunados, ou somos pessoas cheias de sorte, ou então vendemos a alma ao diabo, como diz o povo... A esperança que apesar de tudo mantenho no futuro, são estes poucos resistentes. Que sobem ao cume da montanha e vivem na simplicidade dos gestos naturais, ao invés de se submeterem à ditadura dos comportamentos uniformes que nos é imposta...mesmo quando é a sua sobrevivência que está em risco!

Conflito

Numa sociedade em que se fala tanto de gestão de conflitos, acho que nunca as relações interpessoais foram tão problemáticas como hoje! Sobretudo nas relaçoes profissionais, onde ou somos submissos, e passamos totalmente despercebidos, ou então somos manipulados e quando damos conta, já nos fizeram a cama! Ainda hoje, uma amiga me contava que na empresa onde trabalha há mais de dez anos, estao a tentar criar condições para que ela saía.Sei o quanto é cumpridora, colaborante e trabalhadora!Isto tudo provavelmente porque pediu uma licença sabática para fazer a tese...Há que ser de imediato substituida por uma estagiária(mão de obra barata e fácil...). Em conversa, chegamos à conclusão de que nos dias que correm é muito dificil manter relações profissionais,quando não queremos usar as mesmas armas dos outros, porque não faz parte da nossa estrutura. Porém, a verdade é que são os que manipulam e fazem exclusivamente do trabalho a sua vida, que vencem. Mas será isso viver?Permitam-me dizer que vida sem emoções sublimes, não é vida! Viver é muito mais que ter um empregozinho... Claro que o nosso governo e as nossas intituições jogam com a saturação do mercado de trabalho , que naturalmente desencadeia uma competiçao desenfreada. E nós, aqueles que se recusam a alinhar em jogos e manipulações, somos os vencidos da sociedade actual! Viva a democracia....Democracia que impõe comportamentos institucionais, que me parecem pouco éticos, se se quiser sobreviver! O mais paradoxal é que actualmente as grandes instituições, todas elas dão acções de formação em que aprendemos supostamente, a gerir conflitos...

Jornalismo / Publicidade

A facilidade com que somos substuidos mostra-nos como somos fácilmente descartáveis. Pois é, tenho acompanhado de perto o jornal em que trabalhei.O trabalho continua ao mesmo ritmo porque claro está, arranjaram outra escrava. Dizem alguns, os amigos, que há diferença, mas a verdade é que nada pára.O estilo é diferente, porque naturalmente cada um imprime o seu cunho pessoal no que faz e sobretudo, cada um tem o seu mundo.E esse sim, faz a diferença do nosso trabalho. Mas será que as redacções dos jornais se preocupam com isso?...Claro que não.A qualidade dos conteúdos pouco interessa! O que conta mesmo é escrever um determinado número de caracteres...nem que se encha com palha! E para os administradores dos órgãos de comunicação social o que conta é facturar e essa depende essencialmente da publicidade.Aliás, tudo está totalmente dependente da publicidade, porque é ela que paga os custos do jornal. O jornalista tem de escrever mais ou menos consoante os anúncios.Assim como tem de escrever sobre esta ou aquela empresa, ou freguesia, consoante esta dê ou não publicidade!Não interessa se é a que tem mais interesse para os leitores, ou se é a que tem mais qualidade! Isso tudo é irrelevante! Na comunicação social, tal como nas outras áreas do mundo actual, é o dinheiro que comanda! Daí o impacto dos comerciais nos grupos de comunicação social.Deles depende todo o trabalho da redacção! Fiquei estupefacta quando me apercebi desta crua realidade, mas acabei por aceitar. E viva a mediocridade...

Amigos

Mesmo que os amigos não sejam o que desejávamos... A verdade, é que são imprescindiveis na vida! Com ódios e amores, com carinhos e discussões... São os nossos anjos! E quando não os temos ? Uns têm muitos, outros têm alguns, mas todos temos pelo menos um amigo! E esse, está presente sempre que precisamos de um ombro, ou de sentir uma mão apertada à nossa... Sempre que precisamos de alguém que nos ouça... Alguém que nos aceite tal como somos Que não seja preciso chamar... Ele vem quando estamos a precisar! O amigo é muito mais do que o namorado... Muito mais que a família... Ele é aquele que nos entende, que nos apoia incondicionalmente! É o que vem ter connosco quando os outros nos viram as costas, ou simplesmente nem percebem que precisamos deles. O que se interessa pela nossa felicidade, sem esperar nada em troca. Quem me dera ter muitos amigos...

Os novos vencedores

Desculpem-me todos os que votaram no Sócrates, mas a notícia que saiu sobre a sua "licenciatura", veio-me confirmar a opinião que tenho dele. Quero lá saber se o nosso Primeiro -Ministro é licenciado ou não! Para mim, o que está em causa é a atitude...e essa é vergonhosa. Aliás, é o retrato das nossas instituições e da nossa sociedade. Andam todos a enganar-se uns aos outros e os novos vencedores são estes mesmos...os que não têm palavra, nem escrupulos! Mais que isso... São os que sabem manipular...Essa é a verdadeira arte dos nossos dias. É o caso do senhor " Engenheiro" Sócrates... Perfeitamente imune, ele e o seu governo!!!

Música no coração

Este fim de-semana fui ver "Música no coração", mais um musical do La Feria. Se não tivesse visto o filme, certamente tería adorado.Assim, digamos que tive aquela sensação que se tem entre o que é original e o que é cópia. Gostei, mas é impossivel comparar com o filme. Esse sim, é perfeito! Vê-se várias vezes e nunca cansa. Ao contrário, o musical vê-se uma vez... Tenho dito!