quinta-feira, novembro 29, 2007

O dinheiro

Nunca valorizei a importancia do dinheiro.Dinheiro como estatuto social e como poder económico.Talvez porque nunca senti a sua falta.Porém, com o passar dos anos, vou tendo consciencia da sua importancia.Por um lado, porque vivemos, como nunca, numa sociedade de consumo.Por outro, porque surgiu uma nova classe, que é no fundo o ressurgimento da velha burguesia.Há mesmo quem defenda que o dinheiro mudou de mãos. Há uns anos atràs, era o nome de família ou a formação intelectual que era valorizada.Agora, cada vez mais, o que conta é o poder de compra. O que me preocupa é a forma como o ter ou não dinheiro, condiciona comportamentos. Fazem-se avaliações pelo carro que se tem, pelas joias, pelas casas, pelas marcas que se usam, pelos restaurantes que frequenta, os vinhos que bebe, e claro está, pelas viagens que faz.O que se mostra define o estatuto social de determinada pessoa. Mas aquilo que me fez escrever este post foi o constatar como até nos divórcios( e são muitos...), a atitude dos filhos perante quem sai de casa, depende do poder económico que este tenha.Se por exemplo for um pai sem dinheiro, é simplesmente ignorado.Porém, se se tratar de um pai com dinheiro, aí continua a ser respeitado e considerado pelos filhos. Aliás, é comum ouvir os de fora questionar à que foi abandonada" e ele cumpre com as suas responsabilidades? " e se a resposta for positiva, fica-se com a sensação que do outro lado há uma admiração, mas também uma desilusão por não poder dizer " sacana!" Pois é, isto tudo para deixar a minha indignação pelo modo como o dinheiro afecta as relações de afecto.Quantos casais não se separam por desavenças originadas pela falta de dinheiro? Enfim, é de facto um poder muito grande, este o de ter dinheiro! Compra estatuto, mas mais ....compra afectos!!!

terça-feira, novembro 27, 2007

Relações sociais

Ao encontrar uma pessoa conhecida, fiz aquela pergunta que vulgarmente se faz nestas ocasiões" Como vai?", ao que me foi respondido "Vai-se indo..."
Sabendo que à partida se trata de alguém que não tem qualquer tipo de problema, fiquei a pensar na mania que temos de dar a impressão de que não estamos bem! Parece que é algo crónico, da parte dos portugueses...Nunca mostrar que se está bem!Uns, porque têm medo das invejas e dos maus olhados!Outros, porque faz parte da sua estrutura, verem a vida como uma fatalidade!
Porém, curiosamente há também aqueles que perante uma tragédia, dizem que está tudo bem, porque não querem que tenham pena deles, ou que os seus inimigos se regozigem da sua desgraça!
Enfim, mais parece que estamos sempre preocupados com os outros e os nosso comportamentos são condicionados por eles.No nosso quotidiano, o nosso imaginário social, leva-nos a agir de foram construída!
Serão poucos os que dizem o que lhes vai na alma...
Bem diferente da transparência das águas, são as relações sociais...
Sempre trabalhadas, como se de um teatro se tratasse!

terça-feira, novembro 13, 2007

Quero sentir

Não vale a pena enganar-me! Não quero esta vida para mim! Não quero este vazio de emoções... Não quero esta calma... Não quero este não sentir! Não quero que a vida me passe ao lado... Não quero que os dias sejam iguais e monótonos... Não quero sentir a melancolia do Outono e dos seus prados dourados... Não quero viver como as águas paradas do lago... Quero viver! Quero sentir!

segunda-feira, novembro 12, 2007

Uns têm sorte, outros não...

Há pouco ouvi num programa de televisão que somos nós que atraímos o nosso próprio destino!
Segundo a entrevistada (autora de um livro de grande sucesso), cada um de nós, através das suas opções, vai atraindo as pessoas que passam na sua vida!
Confesso que acho tudo isto uma grande treta.
Claro que há coisas que dependem das nossas escolhas, mas a maioria delas, acontece porque assim estava escrito.Não sou fatalista, mas acho mesmo que cada um de nós tem um destino pré-definido.
Uns têm sorte...outros, não!
Uns nascem perfeitos , enquanto outros, menos afortunados, nascem deficientes e têm de aprender a viver com as suas limitações.
Uns nascem esbeltos e são admirados, enquanto outros, nascem ou raquíticos ou obesos e têm de aprender a lidar com a sua forma.
Uns nascem inteligentes ( alguns até génios) ,enquanto outros nascem com incapacidades mentais e têm de aprender a sobreviver.
Uns encontram a sua alma gémea e partilham a sua vida com ela, enquanto outros, ou não a encontram, ou são separados dela, a meio do percurso.
Uns têm bens para usufruir dos prazeres da vida, enquanto outros têm de lutar uma vida inteira para ter qualidade de vida, ou até mesmo viver no limiar da pobreza.
Uns têm direito à dignidade e ao respeito, enquanto outros, são sujeitos a humilhações.
Uns vivem em paz, enquanto outros não a encontram e sentem-se em permanente desassossego.
Não me venham dizer que tudo isto depende das nossas opções e da lei da atracção....

quarta-feira, novembro 07, 2007

Aceitar...

A vida corre... serena, tranquila, como a brisa do mar!
De manhã, acordo com o sol a bater nas persianas do meu quarto, que me faz levantar.
À tarde, quando o sol cai, recolho ao meu ninho.
Dia após dia...
Parece complicado, mas afinal é fácil conseguir a serenidade!
Basta aceitarmos o que a vida nos oferece...
Sentir as pequenas coisas, como se cada uma delas fosse o nosso maior desejo.
Acordar com o raio de luz no rosto e sentir vontade de sair para a rua
Saborear a torrada com manteiga e o café quentinho ao levantar
Passear à beira mar no final de tarde e admirar a beleza do sol, como se fosse uma bola de fogo a iluminar o mundo
Cheirar o aroma da maçã que temos na fruteira da sala e recordar os tempos de menina na quinta dos tios
Rir das brincadeiras do nosso animal de estimação, apreciando os seus pequenos gestos
Sorrir para quem passa por nós e perceber como a alegria é contagiante
Ouvir os amigos e partilhar com eles as suas preocupações e alegrias
Ilogiar e incentivar os filhos, mesmo quando não fazem exactamente o que gostaríamos
Admirar as montras das lojas, mesmo sem poder comprar tudo aquilo que gostavamos
Ouvir aquela música e dançar como se estivessemos com aquele que amamos
Tomar o banho de imersão com aromas, ao final do dia, e sentirmo-nos divinais, mesmo com uns quilitos a mais
Caminhar com determinação, de cabeça erguida, como se fossemos rainhas
Enfim, aceitar o dia a dia...

Arrogancia

Ontem assistimos a um triste espectáculo no Parlamento! Nada que me surpreendesse... Sócrates revelou mais uma vez, o seu perfil arrogante. Procurou humilhar (como fazem todos os que não têm educação) o seu adversário político, líder da oposição e ex Primeiro Ministro.
Ao contrário, este ( Santana Lopes ) mostrou humildade e educação! Pois é, um dia talvez ele perceba que também o povo não o quer...o mesmo povo que não quis Santana Lopes.Ou será que o nosso Primeiro pensa que vai ficar no poder até ao fim da vida??? Mais parece, mas espero que o povo acorde e que um dia ( breve...), ele tenha que engolir toda a sua arrogancia.