sexta-feira, julho 18, 2008

Todos sabemos que vivemos uma época de crise mundial em que num país como o nosso, sem produção nem exportação,esta se faz sentir especialmente.Mas o que me intriga é o seguinte: Como é que os portugueses continuam a endividar-se para passar férias, para comprar plasmas, roupa de marca, novos carros e iPhones?! Cá para mim, temos duas crises que vivem em simultaneo:Uma real e outra fictícia.A primeira, das famílias que têm de devolver as chaves da casa aos bancos, dos que não têm emprego e o dinheiro não chega para pagar as contas ao final do mês.A outra, trata-se daqueles que se vêem obrigados a consumir menos. A reduzir nas roupas de marca, nos modelos dos carros,nas viagens, nas saídas aos restaurantes e espectáculos.A verdade é nos tornamos todos uns novos ricos, nestas últimas décadas ,em que o ter se tornou mais importante que o ser.

terça-feira, julho 15, 2008

E com o regresso, é impossivel fugir às notícias que nos bombardeiam diáriamente. Conflitos étnicos em bairro metropolitano, inflação dos bens essenciais, licenciados no desemprego, novos pobres, aumento de cursos profissionais como alternativa à licenciatura, assaltos por carjacking pegaram moda, caso Maddie arquivado( !!!), acusações do bastonário da Ordem dos Advogados,que compara magistrados a agentes da Pide, investigações à PJ,cidadãos devolvem casa ao banco, cem mil portugueses contraiem infecções hospitalares anualmente e por aí adiante.... Um panorama cinzento, neste Verão português! Mas o pior de tudo,é não se deslumbrar uma luz ao fundo do túnel. Entretanto, as novas tecnologias vão sendo notícia, desta vez com o lançamento do iPhone 3G da Apple e o portuguesinho( endividado..), vai a correr, para filas intermináveis, comprar o novo modelo tão desejado de telemóvel! Aja Deus...

segunda-feira, julho 14, 2008

Uns dias de sol, mar, longe do quotidiano e a alma enche-se de paz. Vivendo cada dia como o último, saboreando cada momento, cada conversa, com o mesmo prazer dos passeios à beira mar, ao final de tarde, quando o sol parece uma bola de fogo.Mudam-se as rotinas, soltam-se as palavras, os gestos, e deixamos as preocupações para tràs.A brisa do mar, o cheiro intenso a maresia, a luminosidade da praia, o azul e transparencia da água do mar, tudo se mistura com as confidencias, os desabafos de mãe e filha que se reencontram.Ali,no meio do areal branco, por entre os gritos de crianças a entrar na água gelada do mar, da mulher dos bolos carregando a caixa às costas, das conversas dos jovens estendidos ao sol, por cima das suas toalhas coloridas. Dos mais velhos, aproveitando a sombra das barracas, sentados nas cadeiras que se enterram na areia, a ler o jornal diário. E quando a noite chega, são os banhos, as roupas brancas a constrastar o bronzeado da pele, a bijuteria colorida, os jantares animados, as fotos tiradas para mais tarde recordar.. E mais umas férias acabam, com a vontade de voltar e mais uma vez contrariar os protótipos de férias dos portugueses( praias mediterranicas,capitais estrangeiras, países exóticos...).

quinta-feira, julho 03, 2008

Após alguns dias em contacto com serviços públicos, fiquei com a certeza de que vivemos no país do faz de contas.Aparentemente todos os funcionários parecem formiguinhas trabalhando arduamente. Papéis e mais papéis, numa agitação permanente...e-mails, telefonemas, tudo parece funcionar frenéticamente, até que solicitamos uma simples informação, ou pior que isso, precisamos de uma situação resolvida, e eis que nos confrontamos com a burocracia levada ao extremo. E as regras são de tal formas absurdas e o empenho em as cumprir, que somos confrontados com situações insólitas.Foi o que me aconteceu ontem ao pedir um esclarecimento num serviço semi-público. A recepcionista zelosa do seu trabalho, tentou contactar a pessoa responsavel para me atender, mas como ao fim de quase meia-hora, não conseguiu, solicitei-lhe o endereço de e-mail da pessoa em causa.Eis que me diz para eu escrever para um determinado endereço, mas ao qual era ela própria a responder!!Aí perguntei-lhe porque motivo é que não me respondia ali mesmo, visto que eu estava à sua frente, mas ela explica que são regras...ela só podia responder-me por e-mail e o senhor responsavel, respondia ou pessoalmente ou por telefone!!" se me escrever hoje o mail, ainda hoje lhe respondo", dizia-me ela.Nem queria acreditar no que ouvia...retirei-me e soltei uma gargalhada. Isto é mesmo um país de doidos!!!! Resta-nos a natureza, mas nem essa sabemos aproveitar...