Há dias em que nos sentimos leves, tão leves que mais parece que nem pisamos o chão ao andar!O tempo voa e cada momento é tão fugaz, que nem conseguimos agarrá-lo! Os olhos brilham,as palavras saem espontaneamente, em cadeia, e os outros olham-nos ao passar!Sentimo-nos altos como os cavalos, na sua imponencia e elegancia, capazes de saltar qualquer obstáculo! Há dias assim...

Que alívio! Mais um obstáculo ultrapassado!De facto, há coisas que por mais tempo que passe, não se esquecem!Momentos de dor, de angustia... Há sofrimentos que deixam marcas para sempre, mesmo quando achamos que já nem nos lembramos.Basta uma ameaça para pensarmos que tudo se vai repetir, de novo. Pois é, mas desta vez, não se repetiu!Ainda...

É bom recordar! É bom partilhar! Sentir cumplicidades, afectos. Lembrar pequenas histórias que fazem parte da nossa vida. E sentir que há sentimentos que não mudam, apesar de tudo! Que o mais importante, está lá : o AMOR!

Alguém me dizia hà dias " A saudade não engana.Gosto de si!" Achei tão bonito que me deixou a pensar.A saudade é algo inexplicável.Sente-se ou não se sente, simplesmente isso! E quando a sentimos, por vezes, até dói. Saudade é melancolia. É a angustia por não estarmos na presença de quem queremos. Hoje, fiquei a saber que vou estar ausente durante algum tempo. Também eu vou sentir saudade. Dos amigos,dos filhos, do cão, da casa, da rotina... Mas às vezes temos de mudar o nosso percurso de vida. Só assim, podemos dar a chance a nós próprios, de avançar!

Tanto se fala de integração dos alunos com necessidades educativas especiais nas escolas regulares! É a chamada escola inclusiva.A lei que reforma o ensino especial já foi publicada, mas como já vem sendo hábito, agora é que se pensa nas suas consequências!É o permanente amadorismo! Pois bem, claro que todos concordamos que, em alguns casos, a integração das crianças com problemas, nas escolas regulares, é importante, desde que se criem condições para tal, é claro.Técnicos especializados que dêem de facto apoio a estas crianças, de forma a que não seja um faz de contas... Todos sabemos que estas crianças necessitam de um apoio individualizado, ou não?! Mas vamos a ser realistas, há muitos casos de crianças que nunca será possivel integrar, porque são portadores de multideficiencias.São casos muito pesados e para que se sintam felizes e tenham a qualidade de vida a que têm direito, é preciso que se garanta a continuação de estrutras de apoio adequadas a estas situações.Ao encerrá-las, para além de não dar continuidade a um trabalho que se desenvolve no dia a dia das instituições, de carinho e muita dedicação, irão também sobrecarregar as famílias que têm um filho deficiente.

Esta tarde, estive a ouvir uma amiga que precisava desabafar.Há anos que vive um casamento que não a preenche, uma relação que se foi desgastando com o tempo. A falta de confiança e a consequente falta de respeito, fizeram com que o amor pelo marido,acabasse. Fui ouvindo atentamente e pedi a Deus que me iluminasse, de forma a saber dar-lhe o conselho certo. Primeiro, tendo em conta que está em causa uma família, disse-lhe" Não desistas!Por vezes é mais dificil tentar mudar o que não está bem, do que romper" Ela aceitou , mas continuou a abrir-se, contando os episódios que a tinham magoado.Não havia traições, nem infedilidades. O que estava em causa era um dia a dia de pequenos gestos e pequenas ausências,que foram minando a relação. Enquanto a ouvia, apercebia-me de que já não havia admiração pelo marido.Bem pelo contrário. Então, o que fazer? Pedir-lhe para sair, magoá-lo e ir viver uma vida diferente?Tentar ser feliz! Ou ficar,aproveitar o afecto que ele tinha para lhe dar,mas abdicando de ser feliz? Que preço tão elevado! Pois é, é dificil saber quais as palavras certas!Percebi que já não havia amor, mas apenas dependencia, acomodação.E lá dentro, estava uma mulher, cheia de vontade de viver, de amar, de se libertar do sentimento de aprisionamento. Tem 39 anos e quer ser feliz.Quantas mulheres não estarão na mesma situação, vitimas de homens que têm sobre elas um sentimento de posse, que as querem castrar, para que sejam só deles.Para que não tenham vida própria! Há uns anos atràs, as mulheres acomodavam-se a esta situação.Agora não! Se não estão felizes, algumas mnulheres já vão tendo a coragem de romper, mesmo arriscando-se a ficar sózinhas, ou a serem incompreendidas pelos outros. Bem, no final da nossa conversa, acabei por lhe dizer" Não desistas já.O tempo vai-te dar as respostas que precisas.Se tiveres de fazer a ruptura,o teu coração vai-te dizer!" Demos um abraço e despedimo-nos. E dei comigo a pensar como por vezes a vida nos prega partidas e nos enche de incertezas e dúvidas...a vida é mesmo tramada!

Há coisas que a vida me vai ensinando: - Recebe menos, quem mais tem para dar - Todas as relações são jogos de poder - Não há receitas para que uma relação resulte - Há os que são amados, os que amam e aqueles que são traídos, mas não querem ver - Cada problema é um degrau que nos conduz para cima - É nos maus momentos que conhecemos quem são os nossos amigos - Tudo é temporário, menos os laços de afecto - Os animais e as pessoas reagem de formas identicas. - A auto-estima é fundamental para se ter sucesso - O tempo ajuda a diminuir qualquer sofrimento - O dinheiro não traz felicidade, mas ajuda - O poder é viciante - O dificil não é envelhecer, mas saber envelhecer - É muito fácil fazer amigos, mas muito difcil mantê-los - Nunca conhecemos verdadeiramente ninguém. Nem a nós próprios.

Gostava de perceber porque motivo só me enviam emails brasileiros ou espanhóis! Será que não existe a língua portuguesa?! Quanto mais doces e cheios de mensagens meladas, mais abrasileirados... Quanto mais úteis, ou humorísticos, mais espanholados... Aja Deus! Até nos emails temos falta de patriotismo!!! E depois como é que os jovens hão-de escrever correctamente...

Fecho os olhos e ao som da voz brilhante de Whitney Houston vejo-me a voar. Tenho asas e sem correntes, nem gaiolas, voo cada vez mais alto. Não olho para baixo e vou-me deixando ir e ganhando cada vez mais força. Só sei que sinto uma brisa fresca, que me inunda o rosto. Uma leveza que me solta o corpo. E a alma levita... O céu está azul e limpo, o ar é leve e o negro das pedras recorta o manto verde. À medida que passo cada obstáculo, sinto-me mais alta. E quando me vejo a planar, abraço todos os que vejo e danço, danço, danço sem parar! E nunca perco o folego , ou me sinto um pouco cansada! Rio com vontade, e brinco que nem uma criança. Sinto-me tonta de tanta alegria. Puxo um e outro e abraço, abraço muito e depois largo-os e continuo o meu voo... É impossivel voltar atràs depois de sentir a liberdade!

Por vezes, naquelas tardes chuvosas, gosto de ficar em casa a ver um filme, aninhada no meu sofá. Apesar de gostar muito de ir ao cinema e de últimamente ter visto bons filmes( "Expiação"," Banquete do Amor"..), nestes dias sombrios, não há nada que chegue ao aconchego do lar( doce lar...)! Pois é, mas aí ou se aluga um filme (e lá se tem de sair de casa...), ou então remediamo-nos com a programação da nossa televisão.Digo isto, porque apesar dos canais do cabo, nem sempre é fácil encontrar algo que se veja, ou pelo menos algo que já não se tenha visto mil e uma vezes. Mas às vezes, com um pouco de sorte, lá conseguimos( depois de fazer zapping dezenas de vezes...), encontrar uma boa série( que não se veja de madrugada...), ou um filme(daqueles muito antigos, mas que não nos cansamos de ver).Foi o que me aconteceu ontem, ao ver um musical com a Barbra Streisand, daqueles que duram, no mínimo, três horas e nos deixam a sonhar. Sim, porque antigamente tudo era concebido para nos fazer sonhar, desde os desenhos animados, até aos filmes de cowboys! Ao contrário, agora fomenta-se a violência! As crianças são estimuladas à agressividade e expostas a imagens, antes de estarem preparadas para as assimilar adequadamente. Ainda recordo, quando nos meus tempos de meninice, o meu pai vinha junto de mim, dizer-me,( quando aparecia alguma cena um pouco mais violenta na televisão)" Olha que isto é tudo a fingir!". E agora, onde estão os pais, enquanto as crianças vêem televisão e jogam na net, quantas vezes ,fechadas nos seus quartos?

Esta tarde , entre outras coisas, estive a ler uma entrevista de Charles Aznavour. Nunca fui própriamente sua fã, mas lembro-me da minha irmã mais velha, ouvir as suas canções( no tempo em que se ouvia Sylvie Vartan, Adamo, Geeorge Moustaki, entre muitos outros.Ou não fosse a época aurea da língua francesa).Confesso que fiquei surpreendida com este homem e com a sua simplicidade!Aos 83 anos ainda dá concertos e fala com total desprendimento da sua fama.Quando lhe perguntam se pelo menos guardou o número da revista Time em que foi nomeado a personalidade do século XX, responde simplesmente "Não guardei.Não quer dizer nada.Isso dura um mês e meio e pronto." Pois é, estes são os grandes homens!Num mundo cada vez mais mediatizado, é bom perceber que ainda há gente a quem a fama não sobe à cabeça!Pelo contrário, considera-se um "artesão da canção", um trabalhador e não uma estrela, que se esforça por encontrar a palavra certa para as suas canções," aquela que não puder ser substituída por outra"!

Perguntei a um sábio , a diferença que havia entre amor e amizade, ele me disse essa verdade... O Amor é mais sensível, a Amizade mais segura. O Amor nos dá asas , a Amizade o chão. No Amor há mais carinho, na Amizade compreensão. O Amor é plantado e com carinho cultivado, a Amizade vem faceira, e com troca de alegria e tristeza, torna-se uma grande e querida companheira. Mas quando o Amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a Amizade é concreta, ela é cheia de amor e carinho. Quando se tem um amigo ou uma grande paixão, ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração. William Shakespeare

Quando estamos bem, é tão mais fácil aceitarmos o sucesso dos outros e a sua felicidade.Nada nos incomoda, porque nos sentimos completos. Não entendo as pesssoas que tendo tudo ,estão sempre preocupadas com alguém que tenha mais do que elas!Só pode ser mesquinhez! Para mim, o natural é que a felicidade nos ponha de bem com o mundo. Aceitamos sem qualquer ressentimento ou inveja, a felicidade dos outros. Porém, se o nosso estado de espírito for de tristeza, de angústia, de quem se sente a morrer aos bocadinhos, por falta de objectivos, aí acho natural que se revolte e indigne com o bem -estar de alguns, que até achamos nem merecer, ou que nos magoaram..O mundo torna-se injusto e sem sentido aos nosso olhos. Mas basta um pequeno gesto de afecto, para vermos o mundo a brilhar, de novo!

O desemprego aumenta e se este é revoltante em qualquer situação, mais ainda no caso daqueles que, durante anos, investiram num curso superior!Dizem as estatísiticas que cerca de 65 mil licenciados se encontram no desemprego em Portugal! Como não encontram nada na sua área, ou vão para o estrangeiro, ou sujeitam-se a fazer outro tipo de trabalhos. Conheço vários licenciados que estão a um balcão, por exemplo.Não que isso tenha algo de indigno, mas será certamente revoltante para quem investiu na sua formação durante tantos anos. Pergunto para que se criam cursos que não são ajustáveis ao mercado de trabalho! Investem os pais, investem os jovens e todos nos sentimos enganados.Afinal para quê?! Já para nem falar dos que estão a ssr explorados nas empresas com o ordenado mínimo nacional e "horários flexiveis"...Sem vida própria, nem condições para constituir família.Depois temos também os trintões que regressam, tal filho pródigo, a casa dos pais, contrariados, mas onde vão tendo a papinha feita. Que país é este?!

Aproxima-se o Dia dos Namorados!Os casalinhos preparam-se para ir jantar fora e comemorar.As revistas vêm cheias de artigos sobre o amor, as montras enfeitam-se de corações e prendinhas para oferecer ao mais que tudo...Enfim, um dia excelente para o comércio. Ementas afrodísiacas, edições limitadas de fragâncias que prometem quebrar corações...tudo para o Dia de S.Valentim! E todas nós mulheres, deixamo-nos arrrastar pelo sonho! Umas, produzem-se para um jantar romantico à luz da vela, outras,ficam em casa sonhando com a chegada do principe encantado...

Em geral, só depois dos cinquenta, é que temos a noção do quanto a vida é temporária.Até aí, vemos a morte como algo tão longínquo, que nem pensamos nela e corremos atràs de longos projectos. De repente, surge uma doença e acordamos! Afinal a morte está ali à espreita! Percebemos que pode chegar em qualquer altura e de que há tanta coisa que foi ficando por fazer.É este o pensamento que tenho presenciado em pessoas dessa idade. Ou porque surgiu uma doença súbita,( e consigo uma sentença), ou porque perderam alguém com quem tinham pensado fazer mil e uma coisas, que foram sendo adiadas e, são hoje impossiveis de concretizar. Pois é,comigo essa consciencia da transitoriedade da vida, aconteceu muito cedo! Daí, vivo cada dia como se fosse o último. Sirvo os melhores serviços quando recebo os amigos, compro o melhor perfume para mim mesma, abro a melhor garrafa de vinho para jantar com um amigo,digo aos meus filhos que gosto deles, vivo intensamente tudo o que a vida me vai oferecendo, como quem degusta um bom espumante!

Fico impressionada com as amizades que algumas pesssoas têm! Supostamente amizades de longa data, com uma história em comum, um passado partilhado de aventuras. Porém, aquilo que parece perfeito, quando chega aquela altura em que de facto precisam dos amigos, eles fogem!Parece que são simples conhecidos. Não se entre ajudam... Isto fez-me pensar que mais importante do que o tempo de uma amizade, é a sua substância.O que nos uniu a alguém, as emoções vividas, os segredos partilhados... As tristezas sentidas em comum. Isso sim, é amizade! Não são os jantares e as festas que dão estrutura às relações.Na maioria das vezes, acho que isto acontece nas classes sociais com maior estatuto, onde as relações são mais superficiais, mais fúteis, onde a aparência prevalece sobre os sentimentos. Não é quando estamos bem que conhecemos aqueles que sabem ser amigos! Aí, todos se fazem amigos... Fazer um amigo é muito fácil.O díficil é mantê-lo!

O doente

O nosso mundo pode ser exactamente o mesmo, mas se estivermos doentes, vemos tudo de forma diferente.As nossas prioridades de vida alteram-se, a nossa forma de sentir as coisas e de estar, muda completamente. Pois é, o estado de doente, faz-nos ver o mundo com outras lentes! E é bom perceber o quanto as pessoas são solidárias, nessas ocasiões. Tal como na guerrra, dizem os entendidos, surge um sentimento de enorme camaradagem, também em caso de doença, as divergencias são postas de lado e todos se unem. Vem ao de cimo, o melhor do ser humano! Pena é que isso não se sinta também na maioria dos nossos hospitais, por parte de alguns profissionais. Quantas vezes não é a colega da cama ao lado, que nos ajuda, quando precisamos!.... Talvez porque criem uma enorme carapaça e ficam insensiveis. Mas é também aí, que se sente de forma especial os laços que se criam entre pessoas que nem se conhecem, mas que partilham o mesmo estado: o estar doente! A incerteza, o medo, a dependencia, o sofrimento, são alguns dos sentimentos que os unem, a eles, doentes! E se não fosse o sentir dessa solidariedade, como se sobrevivia a esse estado?...

Máscaras

Esta tarde, ao passear nas ruas, apercebi-me de inúmeras pessoas que passeavam mascaradas, com trajes diversos. Como nunca gostei desta época do ano, confesso que até me irritou um pouco, ver aquela gente com expressões esfusiantes. Será que já não chega as máscaras que se usam ao longo da vida em sociedade?! Provavelmente, muitas daquelas pessoas, é a única vez que tiram a sua máscara e se mostram tal como são, quem sabe... Passamos grande parte da nossa vida, usando máscaras, de acordo com as situações em que nos encontramos.Uns,demoram anos a deixar que ela caia....e quando isso acontece, é uma surpresa geral! De tal forma nos habituamos a trazer essa máscara, que quando conhecemos alguém que se ponha a nuo, achamos estranho.Alguém que se dispa perante todos, com despudor, é quase uma afronta e há que abater, porque incomoda...

Ilusões?

Estive uns dias fora e quando regresso ao meu ninho, tenho sempre uma sensação ambígua.Por um lado, é uma vontade enorme de voltar às minhas coisas, ao meu aconchego. Por outro, é o regresso à rotina.

Seja como for, preciso de sair, para conseguir oxigenação para continuar o dia a dia.Os pensamentos negativos enchem-me a mente, a incompreeensão em relação à vida e às suas injustiças, persiste em não me abandonar.

Lia no outro dia, que a meia idade é a altura em que a maioria das pessoas tende a ser mais infeliz.Ao contrário, na infancia e na velhice, é quando se sentem mais felizes.Será que é por ser as épocas da nossa vida em que menos nos interrogamos sobre o sentido das coisas?Em que não há obrigações e opções a fazer.

Quando chegamos a meio caminho, tanta coisa muda!

Vemos o mundo de outra forma. Perdemos definitivamente, as ilusões!

Sabemos o que esperam de nós e o que têm para nos dar.

E temos consciencia de que a vida é curta e já não vamos fazer nada do que sonharamos.

Percebemos que nos resta resignarmo-nos com o que ela nos oferece!