As legislativas já lá vão e tal como previ, ficou tudo na mesma. A diferença é que agora Sócrates tem de negociar com os outros partidos, baixando a arrogancia... Quanto a vitoriosos, o único foi mesmo o CDS-PP. Contra todas as sondagens, passou a terceira força política.E foi merecido!

Amanhã é dia de eleições! Algo me diz que nada vai mudar! Tenho pena, porque é a continuação da destruição de Portugal! Mas o povo é quem mais ordena....

Ontem,ao ouvir um ruído fora do normal, fui à janela de minha casa e vi autocarros a estacionarem à porta. Achei estranho...o que se passava? Até que vi homens e mulheres, de todas as idades,com bandeirinhas e sacolas iguais. Percebi então que se tratava da carneirada paga pelo partido.Ao lado, havia o comício do PS. Saí para apreciar o ambiente. Em toda a rua, estavam camiões das várias televisões,um écran gigante em que íam passando imagens de propaganda do partido socialista, e carros e mais carros, por entre a multidão... Quanto tudo isto nos custará? Eis a questão que coloco...

As eleições aproximam-se. Os debates televisivos, sucedem-se. Cá para mim, Paulo Portas, ganhou todos eles! Quanto ao resultado das eleições, não faço previsões. Tudo é possivel....mas independentemente do resultado final,não prevejo grandes mudanças. Para isso, era necessária uma mobilização da sociedade civil! Não é certamente com nenhum destes intervenientes, que a sociedade portuguesa vai ter um melhor nível de vida...

Aproximam-se mais umas eleições. Campanhas e mais campanhas... Promessas e mais promessas.... E cá para mim, tudo vai ficar exactamente na mesma.... Vamos continuar a assistir à destruição do nosso país, por uma cambada de corruptos! Ética?? Fica à porta....

Esta manhã dirigi-me à estação dos CTT do meu bairro para levantar um fax que, pela segunda vez, me tinha sido enviado do Funchal. Pois bem, qual é a minha surpresa quando da primeira vez me dizem que só chegou a primeira folha e agora, sabem que o viram, mas não o encontram. Onde está o sentido de responsabilidade destes funcionários? Impávidos e serenos, como se fosse uma situação normal,limitaram-se a dizer que não sabíamdo fax.Como insisti,lá foram procurar, mas em vão... Uma das funcionárias dízia ter visto, mas de facto não encontrava. Ficaram com o contacto da pesssoa que o enviou, para solicitarem novo envio( terceira vez...), explicando que era para que este não voltasse a pagar. Então e o tempo perdido? Não conta? Ou acham que os outros podem andar todosos dias a correr para a estação de correios, como se não tivessem mais nada que fazer? Ou que os outros podem dar-se ao luxo de ter vida de funcionário público? Como se não chegasse a falta de simpatia no atendimento,ainda perdem papéis, brincando com a vida das pessoas! Onde está o sentido de responsabilidade?

Quanto à entrevista de Manuela Ferreira Leite, à Sic, só posso dizer :GOSTEI! Seriedade e convicção, foram algumas das características que esta senhora ( que não precisa da política), me transmitiu.

A compra por parte da PT de 30% do grupo Media Capital, ao qual pertence a TVI, é mais uma falta de vergonha deste governo. O que incomoda, há que abater...atitude típica de um ditador... Não há quem pare estes senhores?!

"O critério político-propagandístico com que certos dados são coligidos, tratados e exibidos é fonte das maiores e mais fundadas incertezas. O exemplo clássico é o dos números do desemprego." Palavras para quê??? Esta citação retirada do Diário Económico, acho que diz tudo...

Será que nem o manifesto dos 28 economistas,de vários quadrantes políticos, faz repensar o governo sobre o avanço das grandes e megalómonas obras? Há que ter alguma seriedade! Vamos endividar o páis durante quatro décadas, por causa de obras desnecessárias? Haja Deus!

O nosso Primeiro -Ministro,agora deu em manso... Passa de arrogante a manso de um dia para o outro! Grande credibilidade que este homem e político, manifesta.... A imagem vai mudando consoante as recomendações dadas pelos seus assessores de comunicação! Valha-nos Deus, quando é que isto acaba?... Quanto ao TGV, já adiou a decisão para a próxima legislatura... Habilidoso, sim senhor!

Ontem à noite, percorri a cidade à procura das fogueiras de StºAntónio. Lembram-se do que é? Pois bem, depois de muitas voltas,acabei por encontrar no largo de uma freguesia um grupo de fados a cantar, para meia dúzia de pessoas, sentadas numas escadas, a assistir!!! Dei mais uma volta e lá encontrei um arraial, uma imitação rasca dos verdadeiros arraiais, mas ainda deu para dar um pé de dança. Olhei à minha volta e o que vi foi aquilo a que vulgarmente chamamos de povo. Será que agora, os novos ricos, acham que são menos, por virem a um arraial? Será que acham que descem do seu pedestal por virem dançar no meio do povo, comprar rifas, comer uma sardinha à mão? Meu Deus, as pessoas perderam mesmo a capacidade de se divertirem, de tal forma estão padronizadas! E as marchas populares? Os ranchos típicos das várias freguesias? Não entendo! Tudo o que unía as pessoas, o sentido de comunidade,vai-se perdendo ao longo dos anos.Tenho pena! Pode ser que quando for do S.João e do S.Pedro, haja festa rija!Aguardo!

Nas comemorações do Dia de Portugal,teve destaque o discurso notável de António Barreto. Apelou à importância do exemplo! Exemplo na honestidade, na justica,na educação... As palavras não passam de retórica, lembra o sociólogo. E é àqueles que têm responsabilidades no Estado, que cabe dar o exemplo. Será que o PM percebeu a mensagem?..... Duvido! E porque será que a comunicação social, com excepção do "Público", deixou passar em branco este discurso?....

O resultado das eleições de hoje, são a prova de que as sondagens valem o que valem. O problema é que de alguma forma, influenciam as pessoas. Cá para mim, a vitória do PSD, para além de uma vitória pessoal de Paulo Rangel, foi principalmente um voto contra o PS e o seu governo. A verdade é que há um descontentamento geral, silenciado. E que está bem manifesto na abstenção e nos votos em branco. Ao longo da noite, fui acompanhando os vários debates na televisão e não quero deixar de aqui realçar alguns comentários. Desde o sentido de humor refinado de Ricardo Araújo, sobre o vazio do Hotel Altis... A Pacheco Pereira que fez notar a forma como foi dado ênfase ao resultado do BE, pela comunicação social... A António Barreto que, a propósito do discurso de Sócrates,refere o autismo do PM... A Nuno Melo que não se esquece de reafirmar que não vai estar desatento a Vitor Constancio... E até Ricardo Costa diz que só um governo louco, não muda a sua posição relativamente às grandes obras, depois desta derrota! Enfim, vamos ver se o Partido Socialista percebeu o sinal que hoje lhe foi dado pelos eleitores: afinal a honestidade ainda tem significado para os portugueses! Quanto a Manuela Ferreira Leite, reforçou o seu poder dentro do próprio partido!

Finalmente apareceu um jornal a sério! Um Diário, com um formato diferente. Pois é, o i é um jornal para se ler. Não dá a notícia do dia a dia. Para quê? Se quisermos saber notícias temos a televisão, o rádio e agora a internet.Somos diáriamente encharcados com informação. Cá para mim, a imprensa escrita, se quer sobreviver, deve seguir este caminho. Um jornal com crónicas, reportagens e entrevistas.Com conteúdo e um bom grafismo. Admiro a coragem de quem o lançou, pois é um desafio nos tempos do facilitismo, em que tudo se consome e descarta rápidamente. Em que os media vivem de explorar emoções. Parabéns ao i

Tinha intenção de não ir votar nas próximas eleições, ou então,continuar no meu voto em branco,atitude que tenho tido há alguns anos a esta parte. Porém, como acho que devo fazer tudo o que possa, para evitar a vitória do PS, vou mesmo votar! E depois de alguma reflexão e também intuição, decidi-me por um partido, no qual nunca votei. Aliás, mais do que o partido, as minhas opções estão sempre dependentes, acima de tudo, dos candidatos. E confesso que o único que me parece merecer a minha confiança, é o candidato do CDS-PP, Nuno de Melo. Completamente céptica em relação aos políticos e à política, Nuno de Melo é um senhor e tem tido um papel determinante no Parlamento.

Curioso que o Drº Dias Loureiro tenha ficado impávido e sereno no Conselho de Estado, mesmo depois das notícias que vieram a público do seu envolvimento no processo BPN/ SLN.Nunca se lhe colocou a questão ética, ou o incómodo que provocava ao PR a sua manutenção no C.E. Pois bem, é logo no dia a seguir às declarações públicas de Oliveira e Costa, que ele se lembra de pedir a sua demissão. Coincidências....

Ainda sobre a entrevista de Manuela Moura Guedes a Marinho Pinto, é visivel o aproveitamento da esquerda, que gosta de arrogancia, enquanto apregoa ser democrata. Só não vê quem não quer, mas ficou bem claro que o Bastonário da Ordem dos Advogados, é um ditadorzito, popularocho.E quando lhe faltaram os argumentos, contra-atacou. Mas há uma questão que ainda não vi colocarem: se M.P. acha que M.M.G. faz um mau jornalismo, porque motivo aceitou ir ao seu telejornal?!

A discussão pública entre Manuela Moura Guedes e Marinho Pinto, no telejornal de hoje na TVI, foi um triste espectáculo.Uma má prestação, tanto de MMG como jornalista, como de MP,enquanto Bastonário da Ordem dos Advogados. Ambos estiveram ao seu nível.... Uma verdadeira peixeirada à portuguesa, desta vez, em directo!

Ontem no telejornal, ouvi a gravação feita por uma aluna, de uma aula de História numa escola em Espinho e confesso que fiquei estupefacta. Primeiro, com o abordar de assuntos que não vinham a propósito e perfeitamente descabidos. Falar da sua vida sexual aos alunos e descrever sinais de sexualidade masculina e feminina, é totalmente desadequado numa aula de História. Fez-me recordar umas professora da faculdade, em que ao invés de ensinar a matéria(Psicossociologia das Organizações), dava aulas de sexualidade, fazendo desenhos no quadro relativos ao orgão reprodutor da Mulher e do Homem.O que mais me chocou na altura, foi o facto dos meus colegas acharem o máximo!Por mim, só não saía da sala de aula, para não ter falta. Mas esta professora de Espinho, não satisfeita com a sua atitude, ainda foi de uma arrogancia impressionante.Dizia ela a certa altura, referindo-se à mãe de uma das alunas " a tua mãe tem de me tratar por senhora doutora! Eu tenho, para além dos 12 anos de estudo dela, mais 4 de faculdade, 1 de pós-graduação e 2 de especialização, por isso ela faz parte daquelas pessoas que estão 1.70 abaixo de mim!" Esta frase e a arrogancia contida nela, chocou-me mais que tudo o resto. É de uma total mesquinhez! Com professores assim, é impossivel os alunos terem respeito por eles... Será que uma simples suspensão é suficiente? Cá para mim, ela precisa de tratamento psiquiátrico.

O caso vindo hoje a público, sobre a menina de origem russa que foi devolvida à mãe biológica,deixa-me mais uma vez, a reflectir. Será que estão postos os interesses da criança em primeiro lugar? Não me parece.Basta ter ouvido os gritos dela, ao entrar no carro com a mãe biológica. Como se explica que uma mãe que abandonou a filha, possa vir ao fim de 5 anos reavê-la, como se de um objecto se tratasse? Se fosse uma verdadeira mãe, tería pensado primeiro no que é melhor para a filha. E certamente que o melhor, não é ao fim de tantos anos, arrancá-la à força do seu meio familiar, social e cultural. Terá de se adaptar a uma nova língua, a uma nova civilização, a uma nova família. Casos como estes têm sido muitos...Não será também falta de bom senso da Justiça portuguesa? Quem cuida é quem ama. O dar à luz,qualquer um pode dar... E parece-me que quer a adopção, quer as famílias de acolhimento, são uma boa alternativa para os milhares de crianças que por motivos vários, se encontram institucionalizadas em Portugal.

Segundo fonte anónima, há manipulação da contabilização de inscrição de desempregados, inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional. O presidente do IEFP, refuta o que diz a fonte anónima e o sindicato e o ministro vem falar de erro informático. Enfim, o país no seu melhor....

A última notícia que ouvi sobre a distribuição de preservativos nas escolas, deixou-me a reflectir sobre o seguinte: Será que não se está a caminhar pela via mais fácil? A de evitar a sida, oferecendo aos jovens preservativos? Não sería melhor educá-los no sentido de terem relações sexuais em que os afectos e os sentimentos estejam subjacentes? Posso ser careta, mas apesar de ser um caminho mais longo e dificil, penso que sería éticamente, mais correcto. E certamente devolvía mais alegria e prazer aos jovens,nas suas relações afectivas. A banalização do sexo, não me parece que tenha sido uma mais-valia para a juventude. Além disso,é cada vez mais precocemente que se iniciam numa relação sexual,para a qual ainda não estão psiquícamente preparados. Talvez apostar numa educação sexual, em que se foque a importância do afecto,fosse mais saudável. Eu sei que os pais têm pouco tempo para estar com os filhos e que muitas vezes, têm inibições em falar desses assuntos com os mesmos. Também sei, que em certa idade, o peso do grupo, é muito maior que o da família, nos seus comportamentos e nas suas opções. Mas se escola e família caminharem no mesmo sentido, quem sabe se consiga uma juventude com relações,em que o afecto seja o factor predominante. Utopia? Talvez... Mas o que me parece é que num país em que há tanto ainda por fazer na Educação e nas escolas, a questão dos preservativos devía ser secundária. Enfim, mais parece que vivemos num país do terceiro mundo...

Na continuação do que escrevi no anterior post, deu-se um episódio há dias ,numa ida ao Centro de Saúde, que aqui quero registar. Como ouvira na comunicação social que o governo tinha reforçado os kits de máscaras e luvas nos centros de saúde, numa visita ao meu centro, lembrei-me de questionar a administrativa, tendo em conta a forma como somos diáriamente assediados com notícias sobre o alastramento da gripe A, pelo mundo fora. Pois bem, a senhora administrativa respondeu-me que não tinham quaisquer orientações sobre o mesmo! Que já outras pessoas lhe tinham feito o mesmo pedido, mas que eles não tinham ordens do M.S.para dar máscaras e luvas a ninguém. Enfim, mais uma vez, o governo e a sua publicidade enganosa....

Confesso que começo a ficar sériamente apreensiva com a gripe suína. Como qualquer epidemia, fácilmente se pode difundir e com a globalização, é muito mais rápido.E ao contrário das anteriores,esta é transmissivel de humano para humano. Será que as autoridades sanitárias estão mesmo a desenvolver todas as medidas de precaução necessárias? Será que vai aparecer a tempo uma vacina que controle a situação? Será que Portugal está preparado para uma pandemia? Preocupações...

Numa visita ao IPO de Coimbra, fiquei a pensar nas seguintes questões: Porque motivo os doentes oncológicos não têm um serviço de urgência, ou um serviço de cuidados intensivos? Qualquer doente oncológico de Coimbra, em situação de risco, terá de se deslocar ao Hospital da Universidade de Coimbra, onde existe um serviço de urgências a rebentar pelas costuras, porque o IPO não tem nenhum! E apenas dispõe de cuidados intermédios para o pós-operatório.Se necessitar de um quarto individual, com apoio especifico, também não tem!Cuidados intensivos, nem pensar... No caso de um auto-transplante da medula, por exemplo,o doente terá de ir para os Institutos Oncológicos do Porto, ou de Lisboa. E quem não tiver família ou meios económicos para se manter fora durante um mês ou mais, como faz? O Estado dá algum apoio? No entanto, é um hospital certificado.... E quais são os ítens essenciais para conseguir a certificação de qualidade? Serão de facto os mais importantes, aqueles que atribuam ao doente a garantia de um serviço melhor? Onde estão na prática os verdadeiros direitos do doente, tão proclamados nos estatutos do IPO e na Constituição Portuguesa?

Voltando ao caso Freeport, parece-me que um dos grandes problemas deste país, está na Justiça, ou na falta dela. A morosidade dos processos, a clarificação das situações, a sua independencia relativamente a forças políticas,a fuga de informações... E entretanto, temos guerra aberta entre o Primeiro, que veio à RTP numa entrevista em que se revelou igual a si mesmo, e a estação de televisão, TVI. Vamos ver em que vai dar.... Cá para mim, fica tudo na mesma!

Hoje fui apanhada de surpresa numa sessão de psicoterapia de grupo. Eramos doze,sentados em circulo no chão, descalços, bebendo chá verde. A psicóloga explicou que o objectivo era sentirmos as nossas emoções.No aqui e agora. Experimentarmos o que nos provocava ansiedade, de forma a posteriormente aprendermos a lidar com o nosso stresse. Cada um, foi para o meio do circulo falar de si, ao grupo.Do que estava a sentir, do que lhe causava ansiedade, das suas experiencias. Um a um, todos fomos para o centro da roda, onde eramos observados e escutados. No final, o grupo podia dizer algo sobre nós. Assim passaram-se horas, partilhando emoções com desconhecidos. Ouvi muita coisa e percebi que mesmo sendo pequenos, os nossos problemas são sempre os maiores. E que mesmo aqueles que parecem bem consigo próprios, têm medos e bloqueios, por vivencias que os traumatizaram. Foi mais uma aprendizagem. Vai continuar...

Crise e mais crise,já não posso ouvir tal palavra. A crise e a conjuntura justificam tudo. A inflação, o desemprego, a pobreza, o mau estado dos serviços de saúde...tudo! Os telejornais enchem-nos de notícias sobre a crise.Os debates televisivos, são sobre a crise. Chega! Paremos de falar da crise e tratemos é de encontrar soluções. De incentivar a produção, a iniciativa privada, reconhecer o mérito de quem trabalha, motivar a disciplina e o respeito nas escolas...enfim,tanta coisa. E porque não dar voz aos bons exemplosque também existem? Instituições que se substituem ao Estado, por exemplo. Tantas que existem pelo país fora. Enfim, talvez os media possam ter aí um papel relevante. Mostrar o que está errado, mas também dar a conhecer o que de positivo se faz em Portugal.Quem sabe não contagiem e não levantem a moral a muita gente. Ao contrário, o que a maioria dos media fazem é alimentarem-se da desgraça alheia. O cidadão comum é o protagonista, o actor. Provocam emoções, vendem o sofrimento das pessoas...é o espectáculo! Basta!

Apesar da pobreza sempre ter existido ao longo da História da humanidade, hoje fala-se muito em novos pobres.Pois é, é uma nova realidade social que atinge sobretudo a classe média.Aquela que já teve e deixou de ter.Aquela que não é pobre para ter subsídios ,mas também não é rica para poder pagar o que deve. Mais que um problema económico, parece-me um problema psicológico, traumatizante. Acumulando a dificuldade em suportar os encargos, há ainda a humilhação perante os outros.O sentimento de falhanço, a mudança de papel na sociedade. Para além de não terem possibilidades de colmatar as dificuldades com que são confrontados diáriamente, ainda têm que passar pela mudança de estatuto social, pelo afastamento dos amigos e da família. Esta situação, na maioria das vezes, surge como consequência do desemprego.Ou seja, algo que vai para além do indivíduo, que o ultrapassa e que o atinge na sua auto-estima, na sua dignidade como Pessoa.

Imaginem um mundo de total silêncio e escuridão. Em que desconheciam os sons, as cores, as formas, as palavras, a luz...? Como sería? Pois bem, vivem pessoas assim...umas já nasceram dessa forma e por isso não conhecem o mundo tal como nós.Outros, vieram mais tarde a adquirir essa dupla limitação e tiveram de deixar de ouvir e ver. Como será o mundo para pessoas que vivem desta forma? Uns parece que não aguentam tanto sofrimento e se suicidam.Outros, com ajudas técnicas e muito apoio e amor, lutam pela sobrevivência. Comunicam pela língua gestual,através da qual adquirem conceitos e desenvolvem o raciocínio, dizem os especialistas. Tocam-nos para nos sentirem e perceberem quem têm à sua frente. É um mundo de total silêncio e vazio, apenas quebrado pelo toque. Confesso que não consigo sequer imaginar como será viver sem ouvir as palavras, sem ver a luz do dia, sem distinguir o belo do feio....

O que mais me impressiona nesta " comédia" do Freeport, não é a falta de vergonha do Primeiro-Ministro.Como qualquer chico esperto, tem cara para tudo. O que de facto me choca,é a passividade de todas as instituições, políticas, económicas e sociais.Com excepção para alguma comunicação social( ainda não controlada..), como é o caso da TVI ou do SOL,todos se calam.... A corrupção é transversal à sociedade portuguesa, por isso, à cautela, o melhor mesmo é não levantar ondas e fazer de contas que tudo isto é normal numa sociedade democrática.... Quanto à ética política, isso já lá vai.... Antes ainda se escondía a corrupção,por uma questão de pudor. Agora já nem isso...

O caso ocorrido na Austria, cujo autor foi Josef Fritzl, deixou-me arrepiada.Violar e esconder, durante mais de vinte anos, a própria filha? Ter sete filhos dela e deixar morrer um deles! Como é que é possivel que um ser humano cometa tantas atrocidades? Não consigo entender a mente humana! Nem um animal age assim com as suas crias!

A importância da imagem na sociedade actual ficou bem patente na visita a Portugal dos reis da Jordania.Quem teve protagonismo? Quem foi mediatizada? O casal? o Rei? Claro que não!A rainha Rania, com a sua figura esbelta, própria de um manequim.Mais uma vez a figura feminina ofusca( ou projecta..) o poder real, tal como tem vindo a acontecer noutras monarquias.

Há dias, numa reunião de condóminos, fiquei surpreendida com a passividade dos meus vizinhos, perante as atitudes perpotentes que o administrador tem tido ao longo dos anos.Isto por dois motivos:por um lado, porque tinha conversado com alguns deles e sabia que estavam contra as decisões tomada pelo mesmo e tinham manifestado a sua vontade em mudar de administracção.Por outro, porque houve alguém( que me representava), que tomou a iniciativa de propor a sua substituição, tendo assim,feito o papel do odioso.Pois bem, mesmo assim, nenhum deles aproveitou a oportunidade para ficar decidido aquilo que, pensava eu, todos ansiavam, substituir o actual administrador! E porque motivo estou a contar isto?Bem, é que ao ouvir as últimas notícias vindas a público sobre o suposto envolvimento do primeiro ministro na licenciatura do Freeport e tendo observado, mais uma vez, a indiferença do povo português perante uma tão grave suspeita, dei comigo a pensar que o que se passa no meu prédio, é apenas uma pequena amostra da passividade com que o cidadão português aceita a corrupção! Provavelmente, porque se habituou de tal forma a conviver com ela, que já se entranhou nela! De facto, continuo sem perceber a impunidade com que se vive neste país! Em que os grandes, estão cada vez mais ricos e os pequenos, cada vez mais pobres. Em que os poderosos podem fazer tudo,sem limites. E ao cidadão comum tudo lhe é exigido. Mas como ahistória é ciclica,aguardemos para que este tenha um fim rápidamente. Na América,pelo menos, já têm esperança de que algo vai mudar, com a vitória de Obama. Aqui,nem isso...