segunda-feira, junho 25, 2007

Onde é que vamos parar?

Pensei que o direito à saúde era um direito constitucional, mas pelos visto enganei-me...
Ao ouvir hoje as notícias, nem queria acreditar...diziam que a partir de agora, aqueles que recorrem mais vezes aos serviços de saúde, são os que têm de pagar mais!Cá para mim, isto brada aos ceús!!!
Primeiro, foi o encerrar de urgencias e maternidades, o aumentar das taxas moderadoras e a diminuição dos medicamentos comparticipados... agora, mais uma medida iluminada do nosso governo!
Onde é que isto vai parar?...
Já não nos faltava o controlo da informação, como forma de afirmar autoridade política, e ainda nos querem retirar o direito básico aos cuidados de saúde.
A propósito da forma como estamos a ser vigiados, dizia António Barreto no Público de ontem, "Não se trata de imperícia...nem são caprichos.É uma intenção, é uma estratégia, é um plano preparado e meticulosamente posto em prático".
Pois é, esta é mais uma medida, desta vez na área da saúde, que mostra bem as intenções deste governo...e só não vê, quem não quer!
Há que privatizar tudo, pondo os cidadãos a pagar e aliviando assim, o orçamento...Assim qualquer um sabe gerir a sua casa...
Onde é que vamos parar???

quarta-feira, junho 20, 2007

Ditadura

Ando cada vez mais preocupada com o que se está a passar no meu país. Todos os dias vamos sabendo de notícias que manifestam pouca transparencia nas decisões governamentais e limitação à expressão de liberdade.
Casos como o do nosso Primeiro Ministro processar o autor do blogue que desvendou, em primeira mão, a forma muito pouco transparente como este se licenciou, ao caso do professor da DREN que é penalizado por ter feito a um colega, uma afirmação jucosa sobre a licenciatura de Sócrates, até à atitude do grupo de empresários que financiou o estudo do novo aeroporto em Alcochete, ocultar o seu nome com receio de retaliações, à carta dirigida pelo governo, à Associação Portuense, dando indicação que se devia excluir do grupo de trabalho sobre o aeroporto, entre muitos outros que não são públicos, manifestam claramente o clima de censura que se vive no país!
Não me lembro de em tempo algum a informação e os lugares da Administração, estarem sujeitos ao controle abusivo a que assistimos actualmente!
Se isto não é uma ditadura, então o que é?!

segunda-feira, junho 18, 2007

Energia

A atitude que temos perante a vida é essencial em tudo, até na forma como nos olham.Se manifestamos insatisfação ou tristeza, passamos despercebidos de todos, ou então somos considerados uns chatos!
Ao contrário, se mostramos que estamos bem, contentes com a vida e connosco, parece que irradiamos luz! Todos nos observam!
Parece que funcionamos segundo energia...ora positiva, ora negativa!
O mesmo acontece com os locais! Há espaços que nos incomodam e outros que nos iluminam!
Também com as pessoas com quem estamos!Há companhias que nos provocam mal estar e outras que nos trazem bem estar!
Será que tudo isto não passa de energia?!Eis a questão que coloco

sábado, junho 16, 2007

O ideal

Passamos muito tempo da nossa vida à espera de milagres...
Demasiado tempo à espera de vir a ter o que provavelmente nem nunca teremos:
O ideal!
E de repente dá-se um clique e percebemos que é um erro, porque enquanto esperamos, deixamos de viver!
Aí, decidimos aceitar o que a vida nos oferece e aproveitar ao máximo o que temos.
Curiosamente, essa aceitação, por um lado e por outro, o usufruir do que temos, dá-nos uma imensa satisfação!
Viver o momento o melhor possivel e o futuro logo se vê...
É uma atitude muito imediatista e talvez demasiado pragmática, é certo, mas se calhar o saber viver bem, com o que temos, é uma sabedoria de vida.
Estes dias, depois de alguma reflexão, resolvi mudar de atitude perante a vida e aproveitar o que tenho, mesmo não sendo aquilo com que sonho.Senti-me bem!
Concluí que muitas vezes tanto pedimos da vida, que nos esquecemos de dar valor ao que temos.E depois, nada é definitivo...amanhã tudo pode mudar!
Mas entretanto, vamos vivendo, ao invés de sobreviver.

quarta-feira, junho 13, 2007

Ter voz

Ontem fui assistir ao concerto da Gal Costa.Duas horas a cantar, sem parar! Nem intervalo, nem efeitos multimédia! Aquilo a que se pode chamar um concerto minimalista e quanto a mim, o mais dificil. Uma voz sublime, acompanhada de um guitarrista fabuloso!
Com simplicidade, conseguiu interagir com o o público e no final, foi quatro vezes ao palco!
Enquanto a ouvia dei comigo a pensar no privilégio que é ter o dom da voz!
Na sensação de cantar para uma enorme plateia, que em silêncio nos ouve e aplaude.
Ter voz e saber usá-la para o bem estar dos outros, deve ser dos maiores privilégios do ser humano!
Venham muitas Gal Costas!

segunda-feira, junho 11, 2007

Missão

Sou daquelas pessoas que precisa de mudança na vida.Não suporto muito tempo a rotina!
Mudar de hábitos, mudar de terra, mudar de casa...
Ver outras pessoas, frequentar outros cafés, ter outras conversas...
É necessário para me sentir viva!
Vou buscar a outros lados oxigenação para continuar o dia a dia rotineiro e sem sentido.
E foi numa saída que fiz estes últimos dias, que numa conversa à beira-mar, me interrogava sobre qual a minha missão nesta vida.Não cheguei a nenhuma conclusão, confesso!
E como não encontrei nenhum motivo para continuar viva, pensei em me oferecer para algum movimento voluntário de apoio aos sem abrigo ou a doentes.Quem sabe, assim sentíria que estava a ser útil.A verdade é que se a segurança é uma necessidade básica, o sentimento de missão, é o alimento que dá sentido à vida.´
Se não tivermos em mente cumprir uma missão enquanto seres humanos, o que nos pode dar forças para continuarmos vivos?!
Quando somos jovens queremos a nossa independência: sair de casa dos pais e ter filhos.
Cumpridos esses dois objectivos o que fica, se não tivermos uma missão a cumprir?
Pois é, nesta minha saída decidi que tenho de encontrar, com carácter de urgência, a minha!Nem que seja apenas o dar a mão a quem precisa...sim, porque nem só de pão vive o homem!

quinta-feira, junho 07, 2007

A formatura

Ontem vi cumprida mais uma missão da minha vida! A minha filha terminou com sucesso o seu curso!A família presenciou com orgulho a sua apresentação.Ela estava serena, confiante e bonita! Sentia-se no ar um ambiente não apenas de festa, mas familiar, por parte de todos! Mesmo dos professores que a acarinharam com uma palavra de apreço.
Sentia-me orgulhosa da minha filhota.Apesar de todas as adversidades, tinha conseguido! Era uma lutadora, como todas as mulheres da família!
Nós os pais, sentíamos que tínhamos, cada um à sua maneira, contrbuído para aquele momento.
O pior foi ao final do dia quando o acumular das emoções, me fez extravasar o que me ía na alma.
Dei comigo a soltar um "grito de socorro"!
A luta solitária que tenho vindo a travar, a indignação pela ausencia daqueles que amo, o seu silencio...tudo me estava a sufocar e foi naquele momento de alegria, que as defesas caíram e deixei cair o pano!Era eu que ali estava, por um lado orgulhosa da minha filha, por outro, desiludida com a vida e com as suas partidas.
Foi bom sentir que aqueles que são verdeiramente importantes, continuam a perceber-me...a sentir do mesmo modo que eu!
Quanto à minha menina, crescera, tornara-se Mulher e agora estava pronta para iniciar uma nova étapa da sua vida.E eu sabia que ela ía ser muito boa...tem lá dentro a determinação, a vontade e a capacidade para o ser!

terça-feira, junho 05, 2007

O meu cão

O meu cão fazia treze anos e dois meses, no próximo dia 15 deste mês.
Há anos a conviver comigo no mesmo espaço.A partilhar comigo muitos momentos bons e maus.
Era sem dúvida, da família!
Tinha reacções de alegria, de amuo, de raiva e de carinho.
Pequeno mas traquinas, cheio de personalidade, assim era o meu cão.
Ontem fui visitá-lo e enquanto lhe fazia festas, senti que ele não se ía aguentar. Infelizmente, a minha intuição correspondia à realidade e hoje, pronta para lhe fazer mais uma visita, sou surpreendida com um telefonema a dar a notícia de que o seu coração parára durante a noite.Fiquei com um nó no peito, mas o pior estava para vir.A chegada a casa sabendo que não o ía ter mais à minha espera para me receber.Nem o ía ter aos pés da minha cama, durante a noite.
Olhei para as suas coisas, desde a casota, aos pratos, à manta e pensei" será que os cães têm alma?"Se nós humanos temos, porque motivo é que eles não têm?!
Têm sentimentos, memória e apesar de não falarem , comunicam connosco.
Então qual é a diferença?...
Quantas vezes que ele reagiu como uma criança, ora amuando, ora chamando a atenção...e até nos seus últimos dias, pude perceber o quanto são identicos a nós.Na sua prostação, pode adivinhar que não íria regressar.E assim foi...
Sinto a falta dele, do meu cão!

domingo, junho 03, 2007

Tocou-me o coração

Por vezes ainda há quem nos faça sentir uma dor no coração, mesmo quando achamos que estamos frios e distantes de tudo!
Aconteceu-me ontem, ao olhar um amigo e ver no seu rosto, estampado o sofrimento.
Toquei-lhe a mão e as palavras saíram-lhe numa expressão de sufoco" eu não tenho recordações".
Fiquei com o coração apertado e naquele momento, se pudesse compensá-lo de todo o sofrimento, tería-o feito.
A verdade é que se trata de alguém especial pela sua sensibilidade e nobreza de sentimentos.
Ao contrário do que possa parecer a sua expressão, a verdade é que tem imensas recordações, de uma vida plena de histórias que conta com vivacidade.Mas de palpável, nada lhe restou.Fotos, quadros, cartas, enfim todas aquelas coisas que nos fazem recordar o nosso passado, ele perdeu.Está desenraizado numa casa sem história.
E quando lhe disse convictamente de que irá ter as suas coisas de volta, respondeu" Não é igual.É a murro!".
Senti o seu sofrimento como se fosse meu!
Tocou-me o coração!