quinta-feira, janeiro 24, 2008

Encenação

Estamos num país de total confusão, em que tudo é possivel.Aprovam-se leis e aplicam-se sem antes pensar no método e nas consequências, para logo de seguida criar excepções, ou recuar!
Foi na saúde, com o fecho de maternidades, centros de saude e urgências.
Foi no caso da localização do aeroporto, em que regrediram na decisão, depois do famoso "jamais" do ministro
Foi com a lei do tabaco, em que logo de seguida já havia excepções para os casinos
Foi na total confusão na reformulação dos seviços públicos.
Na segurança social, o episódio vergonhoso do aumento de uns cêntimos
Na justiça, aplicam uma lei que põe criminosos na rua, tentam fazer dos magistrados funcionários públicos, dependentes do poder executivo.... e por aí adiante
Na educação , também nada é definitivo, desde os sistemas de avaliação, à contagem das faltas.
O que é preciso é encenar...
Governar para as televisões!
Anunciar a ideia, o projecto, a decisão prévia, a inauguração, como forma de mostrar trabalho e autoridade!
Inventam-se trapalhadas, só para arranjar emprego a uns e satisfazer outros, desde que sejam da sua facção política, claro...
E no meio deste caos, nem oposição temos que nos valha!
Restam-nos alguns bons comentadores que vão tendo esse papel!
Quanto ao Parlamento, o cenário é tão degradante, que é melhor nem lembrar que existe!
E como se não chegasse toda esta confusão, ainda querem normalizar os cidadãos nos seus comportamentos!
Nunca se viveu uma vergonha destas!
Tudo é standardizado...Arriscamo-nos a perder a nossa identidade nacional , mas também o nosso direito à diferença e ao livre arbitrio.
E com tudo isto, a encenação continua....
Os acessores de comunicação e as agências estão por detràs de qualquer acontecimento.
Tudo o que vemos, é o que querem que vejamos!

terça-feira, janeiro 22, 2008

Como as gaivotas...

Normalmente diz-se que aprendemos com os nossos erros, mas a verdade é que por vezes, aprendemos com os erros dos outros!E até acontece vermo-nos ao espelho e percebermos porque algumas coisas falharam na nossa vida. Estes dias, tenho-me apercebido de que quando queremos muito alguém e não a queremos partilhar com outros, acabamos por a perder. Tanto damos que achamos que temos o direito de receber na mesma proporção, mas esquecemo-nos que cada um só pode dar aquilo que tem para oferecer e nem sempre é o que nós desejavamos.Aí, queremos controlar, queremos que essa pessoa que amamos, só tenha olhos para nós!E estamos tão preocupados em não a perder, que nem nos apercebemos que estamos a abrir caminho para que ela fuja! Assim como os animais quando se sentem encurralados, tentam fugir, também nós agimos assim, quando nos sentimos atrofiados. Queremos a companhia da pessoa, mas não queremos a sua permanencia.Queremos estar com ela e partilhar os bons e os maus momentos, mas também queremos preservar a nossa individualidade.Sobretudo se nos habituamos a ela. Não queremos dar justificações para estar com outros, nem queremos conflitos, quando não os merecemos. Queremos harmonia...em que cada um dê aquilo que tem para dar ao outro e não seja obrigado a dar mais. E se isso não for possivel, porque os patamares em que cada um se encontra, são diferentes, resta a amizade.Que aja a lucidez para o entender, se não, arriscamo-nos a perder o respeito mútuo e sem ele, não há amizade.E essa, é demasiado preciosa para não se preservar! Tal como as gaivotas, precisamos voar e cada um tem o seu tempo...

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Equipa?

Continuo a sentir que há pessoas que mais do que aquilo que fazem, preocupam-se com aquilo que parece que fazem perante os outros. Continuo a constatar que há pessoas que têm medo de escrever as suas ideias, porque dessa forma ficam vinculadas ao que disseram

Continuo a sentir que há pessoas que não suportam ilogiar os outros, mas adoram criticar o trabalho de quem realiza.

Continuo a achar que a humildade é considerada falta de convicção e aproveitada para humilhar o outro.

Continuo a perceber que quando a razão falta, há pesssoas que puxam pelos seus pergaminhos e pelas suas enormes qualidades de "transparência"e frontalidade. Confesso que não tenho medo de escrever, e preocupo-me mais em trabalhar que em parecer que trabalho. Isto não quer dizer que não goste de ser reconhecida, bem pelo contrário.Preciso desse reconhecimento para me motivar.Mas não gosto de sentir deslealdade e quando a sinto, não consigo dialogar.Para mim, a lealdade é a base do trabalho em equipa. A confiança entre as partes, o trabalho como partilha, em que cada um complementa o outro. Mas o que mais me desmotiva, é quando alguém em quem confiava, me trai ou simplesmente não fica solidário comigo. Sei que sou individualista na forma de trabalhar.Gosto de ouvir os outros, o que têm para dizer, mas para estruturar ideias preciso de estar sózinha, no meu canto.Só assim consigo pensar. Num mundo em que se fala tanto no trabalho de equipa, questiono sériamente o que é de facto trabalhar em equipa.Passar horas a fio em reuniões a dar palpites sobre o sexo dos anjos? Sorrirmos o tempo inteiro para o colega do lado e por tràs sacaneá-lo? É isso trabalhar em equipa?! Confesso a minha limitação! Insegurança? Inexperiência?Principios? Talvez um pouco de cada. Mas continuo a tentar o consenso entre as partes e quero acreditar que um dia, vou sobreviver! Tenho de acreditar que é possivel trabalhar sem rasteiras e sem conflitos surdos...

domingo, janeiro 06, 2008

Fiscalização

É bom ler alguns( poucos), comentadores como António Barreto.Hoje, na sua crónica no Público, manifestava a sua preocupação pelo crescimento cada vez maior de um Estado vigilante, controlador e pela passividade da nossa sociedade.
Será Sócrates um fascista? Questionava e bem, quanto a mim.
A verdade é que ele não suporta a independencia dos outros e das instituições.
Citando António Barreto "Jose´Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra a autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas".
A vida das pessoas está cada vez mais condicionada.Desde as represálias sobre os funcionários públicos, ao abuso do registo de telefonemas e à videovigilancia sem limites, à politização de empresas, bancos, comunicação social, tribunais, escolas.À acumulação de dados pessoais por parte do Estado, às normas de conduta que nos são impostas, à falta de equilíbrio com que a lei do tabaco foi implementada, ao fundamentalismo da actuação da ASAE, não respeitando as nossas tradições.
Em tudo, há uma manifesta falta de respeito pelos direitos e liberdades individuais do cidadão.E com o desemprego a aumentar, aumenta a insegurança e o medo...
Será que nos resta a resignação numa sociedade dita democrática, em que somos fiscalizados, vigiados e amedrontados?
P.S. Esta foto, não vos faz lembrar nada?...

Educar?

Ao ler numa revista uma entrevista a profissionais que trabalham na área infantil, constatei que todos eles ( pediatras, educadores, professores), acham que o problema maior na educação que os pais dão aos filhos actualmente, é o da falta de autoridade. Com a nossa mania de sermos os melhores amigos dos nosssos filhos, esquecemo-nos que somos pais e como tal, temos e devemos exercer autoridade. Contra mim falo, que sofro na pele quantas e quantas vezes, essa falta de exercício da autoridade. Quando questionava o meu filho sobre o facto de ter trazido um amigo para jantar, sem me perguntar, ele responde" a casa também é minha"! Perante isto, o que se faz?! Alguma vez sería capaz de levar para casa dos meus pais amigos, sem pedir autorização? E foi por isso que alguma vez me senti menos em minha casa? Nunca! Como este caso, muitos podería enumerar. De facto, não soubemos educar e temos de admiti-lo! Deixou de haver regras, as familias alargadas não existem e andamos todos perdidos!

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Urgências

Começamos o ano com mais fechos de urgências nos nossos hospitais!
Será que ninguém põe um travão neste processo?!
Está visto, mais uma vez, a total indiferença deste governo às manifestações populares.
A arrogancia é a atitude que prevalece nesta governação, sob um déspota de um Primeiro Ministro.
Mas voltando à questão das urgências, o que questiono é o seguinte:
Se o motivo que levou o Ministro a tomar esta decisão foi a falta de condições dos respectivos hospitais ( será?), não sería mais lógico que se equipassem de meios e recursos humanos, ao invés de se encerrarem, provocando um entupimento nas urgências dos hospitais centrais?
Além disso, antes de se fechar um serviço, não se deverá criar condições alternativas?
Reforçar o número de médicos do hospital central, adquirir ambulancias para transporte dos doentes, tentando minimizar a distancia entre o local de residencia e o serviço de urgencia?
Será que é deste modo que combatemos o despovoamento do interior do país, ou pelo contrário, acentuamos a sua desertificação?
Como se já não bastasse termos crianças a nascer nas ambulancias,doentes a morrerem nos corredores dos hospitais, esperas de atendimento de horas e horas nas urgencias, taxas moderadoras elevadas, como se não chegasse tudo isto, o governo ainda fecha urgencias por todo o país, sem qualquer critério de bom senso e justiça!
É assim que se defendem os interesses das populações?
É assim que o Estado trata os seus cidadãos?
A saúde e os acessos aos cuidados de saúde é um direito que nos assiste a todos, ou apenas aos que podem pagar seguros de saúde e internamentos em hospitais privados?
Quantos não irão morrer nas estradas portuguesas, com o encerramento de urgencias?
Será o senhor ministro que irá DEVOLVER ESSAS VIDAS ÀS FAMÍLIAS?

terça-feira, janeiro 01, 2008

Novo Ano

Acabou mais um ano e eis que surge outro, no meio de expectativas, recordações, desejos, segredos..
O novo ano acorda para uns, com uma garrafa de champanhe e sons de multidões eufóricas, para outros na quietude das suas casas.
É a mudança, ou pelo menos a esperança de que algo mude, como num estalar de dedos.
É o que fica para tràs e não queremos carregar connosco para o novo ano.
É o receio do desconhecido.
É a vontade de tranportar para o novo ano, apenas o que não nos pesa.
É a ansia de concretizar o que ficou interrompido:
Um amor, um projecto, uma viagem, a liberdade...
E quando tocam as doze badaladas, lá surge o novo ano, que se despede do velho, porventura sem saudades, e como recém nascido, ávido de protecção, de segurança, de colo...
E abrindo os olhos, observa e descobre...
E dando os primeiros passos, vai por entre quedas e trambolhões, rindo das suas aventuras, experimentando, arriscando, e passo a passo, descobrindo o que o novo ano lhe traz.