Há dias em que a tristeza nos assalta.Ela chega sem aviso prévio e invade a nossa alma e o nosso corpo.É um enorme cansaço que nos tira as forças até de falar.
Apesar de alguns momentos de alegria, como o termos ao nosso colo um anjo, ou sermos cortejadas por alguém, ou andarmos às cavalitas de um amigo...pequenos e efémeros momentos que não passam de oásis...
Tempo que custa a passar, sem objectivos, sem rumo...
Magoamos sem querer magoar, apenas porque não sentimos...
E deixamo-nos ir, sem vontade , nem alegria.
E aí surge uma imensa necessidade de escrever.Qualquer coisa...
Em silêncio, comunicamos apenas com o nosso eu. Através da escrita, fazemos a catarse.
Á falta do fogo da lareira, recolhemo-nos na varanda da casa, a observar a encosta, recortada de vivendas ora brancas, ora em tijoleira.E enquanto admiramos a paisagem e a gente que passa na avenida, vamos escrevendo o que nos vai na alma.
Somos nós e o papel numa comunicação intimista.
Ali ficam guardadas as nossas emoções e os nosso segredos.Ali, no nosso diário!
Como num confessionário...só nós e ele sabemos tudo...
E é nos momentos de maior angústia que escrevemos sem parar, página após página...retalhos de uma vida.A nossa...