quarta-feira, outubro 31, 2007

Eu sei, mas....

Eu sei que ele tem razão quando diz que no sentir não há "assim assim" Que o ser digno, exige que se tomem atitudes que os outros chamam de radicais Que não basta calar quando não se concorda Que há que tomar posição e manifestar a nossa indignação quando não gostamos do que nos fazem. Eu sei que é assim... Bater com a porta, quando necessário! Mostrar que sentimos, que somos gente, que temos sangue a correr nas veias! Mas infelizmente a vida ensinou-me a calar A guardar para mim a minha dor, e a minha indignação, perante as atitudes daqueles que se dizem amigos. No que não fazem, no que não dizem... Quem me dera que o mundo fosse diferente, mas não é...

terça-feira, outubro 30, 2007

Falta de amor

Alguém escreveu que o oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.Fiquei a pensar e acho que nunca li nenhuma afirmação tão autêntica! De facto, se quem amamos nos magoa, passamos a odiá-lo! Só queremos que morra! E essse ódio só desparece quando chega a indiferença...Quando essa pessoa já não nos afecta! A indiferença sim, é o oposto do amor, porque ela sente-se quando já não amamos. E se pensarmos na quantidade de vezes que agimos com indiferença perante os outros, mesmo para com aqueles que dizemos que são nossos amigos, aí apercebemo-nos de como a nossa capacidade de amar é tão pequenina! Pois é, a maioria de nós tem por hábito achar que o simples facto de não ter feito mal aos outros, já é um gesto de carinho, de amizade, de amor! Que ridiculo!A indiferença perante os outros, a sua solidão, a sua angústia, o seu tédio, a sua doença, os seus problemas, o seu desiquilibrio...tudo isso é fazer mal! Aliás, acho que é aí que reside o verdadeiro mal! Na nossa indiferença!Na nossa falta de amor...

quinta-feira, outubro 25, 2007

Assaltos?...

Todos os dias assistimos à notícias de assaltos! Ora em multibancos, ora em centros desportivos, ora em ourivesarias, ora em bombas de gasolina, sei lá...Hoje até num hospital! Não será este fenómeno um sinal?... Sinal da instabilidade social que se está viver. O desemprego a aumentar, os impostos a aumentar, as rendas da casa a aumentar, etc... Onde é que vamos parar?! Com o corte de benefícios fiscais aos deficientes... Com uma política que premeia a mediocridade nas organizações... Com uma formação como a treta dos Centros de Novas Oportunidades... Com as empresas a fecharem... Com os nossos jovens qualificados a saírem do país para conseguirem emprego... Com as reformas a diminuírem... Com o desrespeito pelo saber dos mais velhos... Onde vamos parar? E depois admirem-se se todos os dias tivermos conhecimento de assaltos... Quem não nasceu rico, nem tem " padrinhos"tem de viver!

quarta-feira, outubro 24, 2007

Caminhada

Dizem que recordar é viver.De facto, sem memória, não somos nada.Todos temos a nossa história de vida.As nossas recordações.E com elas vamos construíndo o presente.Aquilo que somos, é sempre de alguma forma, fruto das nossas vivencias, assim dizem os entendidos.
Consoante vamos tendo experiências de vida positivas ou negativas, assim vamos encarando o mundo e construíndo a nossa auto-imagem.Mais pareço uma psicóloga a falar...
Mas a verdade é que dei comigo a pensar sobre a forma como reajo às coisas, ao modo como vejo os outros e me vejo a mim própria, e acho que tem a ver essencialmente, com as experiencias que tenho tido ao longo da vida.
É uma caminhada! E por vezes, árdua...
Hoje, ao olhar para a minha filha, para a sua insatisfação e impaciencia, pensava em como o sofrimento precoce, me levou a ser paciente.
Há dias, ao estar com um velho amigo, pensava nas cambalhotas que dei na vida e o modo como me fizeram ser menos severa nas minhas avaliações.
Ontem, ao assistir a um programa de televisão sobre as competências sociais, fiquei a pensar em como a minha instabilidade profissional me tem afectado na forma de me relacionar.
Enfim, tudo na nossa vida, tem mesmo a ver com a sorte ou azar que vamos tendo ao longo dos anos. Foi a conclusão que tirei desta minha pequena reflexão!
E assim vamos caminhando....umas vezes tropeçamos, outras erguemo-nos, mas a forma como o fazemos, tem a ver com o nosso percurso.

domingo, outubro 14, 2007

Jornalistas/ Políticos

Ontem à noite ao ver a SIC Notícias, fiquei profundamente irritada com a nossa comunicação social e os nossos jornalistas.
Estavam a transmitir em directo o congresso do PSD em Torres Vedras.A certa altura, pode constatar que o jornalista que ía entrevistando os vários militantes presentes, para além de induzir as pessoas a que dissessem aquilo que ele queria ouvir, ainda tinha o descaramento de fazer sínteses totalmente deturpadas do que lhe tinha sido respondido!
Faccioso, pouco inteligente e nada profissional, ali andava ele de peito cheio, a dar os seus palpites.
Infelizmente, os nossos políticos encolhem-se perante o poder cada vez maior da comunicação social e não se dão ao respeito.Começando mesmo pela forma como se tratam uns aos outros.Assistimos a uma excessiva confiança...como se fossem colegas de escola!
Mas como há sempre excepções, ontem Ângelo Correia pôs os pontos nos is ao jornalista, que rápidamente se encolheu, tentando contornar as afirmações que fizera.Pois é, é que o político em causa, homem da velha guarda, para além de outras observações feitas de forma determinada, chamou-lhe a atenção de que ele (o jornalista) não lhe fizera perguntas, mas antes afirmações.
A verdade é que diáriamente assistimos a jornalistas que, invertendo as posições, avalizam e julgam os entrevistados.E o pior de tudo, não conseguem ser imparciais.
Seguem claramente as opções partidárias das redacções para que trabalham.
Eu sei que este é um cenário diário nas nossas televisões, que manipulam, subvertem e omitem os factos políticos com a maior das indecencias.
Mas ontem, a minha indignação foi total, perante tanto facciosismo, dos comentadores e dos jornalistas que faziam a cobertura do acontecimento.
Já para nem falar do modo como tentaram promover a discórdia entre Santana Lopes ( dando-lhe total protagonismo) e Menezes( será por acaso?...).
Não sou militante de nenhum partido, mas gosto de política e já fui jornalista.E não fiquei orgulhosa do que vi, bem pelo contrário.Acho tão importante o papel do político como o do jornalista, mas há que saber manter distanciamento entre as partes, pois só assim pode haver respeito e honestidade no que se faz.Ambos têm a obrigação de defender os interessses dos cidadãos, cada um à sua maneira.O primeiro, promovendo o direito à saúde, à educação, à justiça e à segurança de todos. O segundo, informando com veracidade e isenção, todos os factos.
A cumplicidade a que temos vindo a assistir, cada vez mais promíscua entre as duas partes, é má para todos.Sabemos apenas aquilo que querem que se saiba e da forma que é conveniente a alguns...
Como se não faltasse andarmos anestesiados, com futebol, telenovelas e reality shows, ainda temos jornalistas destes....
Eu sei que eles são uns escravos das redacções para que trabalham, mas há que ter decência!
E quanto aos políticos, para além da pouca qualidade e poucas convicções, nem se dão ao respeito!

quinta-feira, outubro 11, 2007

O Matias

Um dia destes cheguei a casa e lá estava ele, o Matias!
Ainda não tinha nome e com apenas dois meses, aninhava-se ao colo do meu filho." É para ti, mãe!"
De olho vivo ali estava ele atento a tudo.Ao mínimo ruído, reagia assustado.
Fiquei em pânico, com o que era suposto ser uma surpresa para mim.Não o queria!
Era bonito, mas não o queria!
Não queria ser responsavel por ele, nem queria que viesse ocupar um lugar que não lhe pertencia.
Não queria que ele me condicionasse, nem que me fizesse recordar quem ele vinha substituir( como se fosse possivel substituirmos quem gostamos...).
Mas a verdade é que a intenção tinha sido a melhor do mundo.Tratava-se de um gesto de amor!
Como rejeitá-lo?...
Dentro de mim lutavam duas forças.Uma, que me dizia que devia rejeitá-lo de imediato, antes que fosse tarde e nem me permitia fazer-lhe um carinho.
A outra, que me segredava que devia acolhê-lo e esforçar-me por integra- lo no lar, mesmo sabendo o que isso representava.
Assustada, fui-me aproximando lentamente dele.
Dei-lhe o nome de Matias e comprei-lhe uma cama e um brinquedo.
Cada dia que passa é diferente...
Será que que o vou aceitar?
Ainda não sei!

quinta-feira, outubro 04, 2007

Sobreviver

Quando todos nos desiludem, é muito dificil encontrar um sentido para a vida.
São os filhos que nos deixam e nos criticam.
São os amigos que não aparecem nem telefonam.
São os namorados que um dia se vão.
São os empregos que, ou não existem, ou são uma selva.
São as notícias dos media que nos indignam diáriamente.
Apesar de tudo isto, continuamos a sobreviver!

terça-feira, outubro 02, 2007

Hipocrisia

Mais uma história vivida no hospital da minha terra. Como todas as histórias, começa por "era uma vez"... Pois bem, era uma vez uma menina (por acaso minha filha) que precisou de ir fazer um exame ao hospital.Estava tudo marcado e o exame estava a ser feito, quando o chefe de Serviço vem chamar a médica para ir fazer vénias ao senhor Ministro...
Perante tal atitude, a médica lembrou que era mais importante atender os doentes, do que ir aplaudir um Ministro, que ainda por cima, nada fazia por aquele Serviço. O chefe de Serviço em causa, para além de pertencer ao maior partido da oposição, já exerceu funções executivas no tempo da outra maioria... Mas claro está, que não podia deixar de dar graxa ao senhor Ministro da Saúde... Quanto ao senhor Ministro(sempre ocupadíssimo), veio às comemorações do Dia do Padroeiro do dito hospital, onde foi à missa, deu posse aos novos boys e botou faladura... e já agora, aproveitou para publicitar os "benefícios" da alteração de estatuto do hospital, sublinhando as "inúmeras vantagens" da mudança de gestão.Sim, porque tratava-se de mais um hospital ( desta vez, um hospital universitário ) a passar a entidade pública empresarial...( como se os outros EPE funcionassem melhor...). E com tudo isto, os doentes ficaram mais umas horas à espera( nada de relevante...).O importante era mostrar perante a comunicação social, o grande apoio e receptividade que o senhor ministro tinha tido, na sua vinda ao hospital...( um verdadeiro sucesso...). Enfim, como esta história, quantas mais não haverá...mas tinha de vos contar!

Relações

Quando já não acreditava nos homens, esse bicho estranho ( mas tão querido...), eis que um me surpreende!
Acompanha-me, ajuda-me, conversa ( sabe ouvir!!!), gosta de cozinhar ( não deixa as bancas da cozinha num caos!!!), não olha para as boazonas que passam quando estamos juntos ( nem diz comentários machistas...), valoriza-me, brinca, acarinha-me, enfim digamos que mostra maturidade ( caso raro num homem...).
Mas o que me deixou estupefacta foi tão só e apenas esta frase:
" Queria ter um filho seu!".
Quem é a mulher que fica indiferente a esta afirmação?!
Tenho pensado muitas vezes nos homens que passaram pela minha vida e cheguei à conclusão de que a única coisa que me interessa é saber que, a certa altura, fui importante para eles.
Se ainda gostam de mim, ou não, é-me indiferente!
O que me interessa realmente é que não tenha sido um simples "caso", mas que as relações tenham tido o significado que lhes dá sentido, sejam elas longas ou curtas: sentimentos!
Apenas isso...

Faço por estar bem

A seguir a um dia de sol vem um sombrio e vice-versa.Assim anda a minha disposição.Vai alternando entre a alegria e a tristeza.
Procuro criar pequenos objectivos para mim mesma, diáriamente.Acho que faz parte da minha capacidade de sobrevivencia!
Quando estou mais triste, escrevo e ouço música.Se estou alegre, caminho e procuro os outros.
Procuro pensar menos.
Faço coisas que me dão prazer.
Falo menos e ouço mais.
Procuro ver o que tenho de bom e esquecer o que me falta.
Rodeio-me de pessoas positivas.
Sorrio.
Vou às compras.
Mudo a decoração da minha casa.
Namoro.
Enfim, faço por estar bem, mesmo em dias sombrios...

segunda-feira, outubro 01, 2007

Vamos ver...

Não vou comentar o resultado das eleições do PSD e muito menos dos comentários de algumas figuras públicas( quer da oposição interna, quer da outra...). Talvez porque já não acredito em puritanismos e por isso já não vejo a vida com o lado dos bons e o lado dos maus, muito menos quando se trata de cargos de influencia. Assim sendo, sobre esse assunto apenas digo: Vamos ver... E acho que esta expressão se encaixa em tudo na nossa vida! No conhecimento que temos dos outros, naquilo que a vida nos oferece...Em relação a tudo, só digo "vamos ver". Tal como o tempo está cada vez mais imprevisivel, também as pessoas e os acontecimentos. Por isso não há nada como deixarmos que o tempo nos dê as respostas. Assim, para quê palpites, certezas infalíveis, juízos e sentenças... Vamos ver... E ao observar o voo das gaivotas, antes de aterrarem em terra, só posso dizer: Quem me dera ser livre como as gaivotas!