sexta-feira, abril 24, 2009

Voltando ao caso Freeport, parece-me que um dos grandes problemas deste país, está na Justiça, ou na falta dela. A morosidade dos processos, a clarificação das situações, a sua independencia relativamente a forças políticas,a fuga de informações... E entretanto, temos guerra aberta entre o Primeiro, que veio à RTP numa entrevista em que se revelou igual a si mesmo, e a estação de televisão, TVI. Vamos ver em que vai dar.... Cá para mim, fica tudo na mesma!

terça-feira, abril 21, 2009

Hoje fui apanhada de surpresa numa sessão de psicoterapia de grupo. Eramos doze,sentados em circulo no chão, descalços, bebendo chá verde. A psicóloga explicou que o objectivo era sentirmos as nossas emoções.No aqui e agora. Experimentarmos o que nos provocava ansiedade, de forma a posteriormente aprendermos a lidar com o nosso stresse. Cada um, foi para o meio do circulo falar de si, ao grupo.Do que estava a sentir, do que lhe causava ansiedade, das suas experiencias. Um a um, todos fomos para o centro da roda, onde eramos observados e escutados. No final, o grupo podia dizer algo sobre nós. Assim passaram-se horas, partilhando emoções com desconhecidos. Ouvi muita coisa e percebi que mesmo sendo pequenos, os nossos problemas são sempre os maiores. E que mesmo aqueles que parecem bem consigo próprios, têm medos e bloqueios, por vivencias que os traumatizaram. Foi mais uma aprendizagem. Vai continuar...

quarta-feira, abril 15, 2009

Crise e mais crise,já não posso ouvir tal palavra. A crise e a conjuntura justificam tudo. A inflação, o desemprego, a pobreza, o mau estado dos serviços de saúde...tudo! Os telejornais enchem-nos de notícias sobre a crise.Os debates televisivos, são sobre a crise. Chega! Paremos de falar da crise e tratemos é de encontrar soluções. De incentivar a produção, a iniciativa privada, reconhecer o mérito de quem trabalha, motivar a disciplina e o respeito nas escolas...enfim,tanta coisa. E porque não dar voz aos bons exemplosque também existem? Instituições que se substituem ao Estado, por exemplo. Tantas que existem pelo país fora. Enfim, talvez os media possam ter aí um papel relevante. Mostrar o que está errado, mas também dar a conhecer o que de positivo se faz em Portugal.Quem sabe não contagiem e não levantem a moral a muita gente. Ao contrário, o que a maioria dos media fazem é alimentarem-se da desgraça alheia. O cidadão comum é o protagonista, o actor. Provocam emoções, vendem o sofrimento das pessoas...é o espectáculo! Basta!

sábado, abril 04, 2009

Apesar da pobreza sempre ter existido ao longo da História da humanidade, hoje fala-se muito em novos pobres.Pois é, é uma nova realidade social que atinge sobretudo a classe média.Aquela que já teve e deixou de ter.Aquela que não é pobre para ter subsídios ,mas também não é rica para poder pagar o que deve. Mais que um problema económico, parece-me um problema psicológico, traumatizante. Acumulando a dificuldade em suportar os encargos, há ainda a humilhação perante os outros.O sentimento de falhanço, a mudança de papel na sociedade. Para além de não terem possibilidades de colmatar as dificuldades com que são confrontados diáriamente, ainda têm que passar pela mudança de estatuto social, pelo afastamento dos amigos e da família. Esta situação, na maioria das vezes, surge como consequência do desemprego.Ou seja, algo que vai para além do indivíduo, que o ultrapassa e que o atinge na sua auto-estima, na sua dignidade como Pessoa.

sexta-feira, abril 03, 2009

Imaginem um mundo de total silêncio e escuridão. Em que desconheciam os sons, as cores, as formas, as palavras, a luz...? Como sería? Pois bem, vivem pessoas assim...umas já nasceram dessa forma e por isso não conhecem o mundo tal como nós.Outros, vieram mais tarde a adquirir essa dupla limitação e tiveram de deixar de ouvir e ver. Como será o mundo para pessoas que vivem desta forma? Uns parece que não aguentam tanto sofrimento e se suicidam.Outros, com ajudas técnicas e muito apoio e amor, lutam pela sobrevivência. Comunicam pela língua gestual,através da qual adquirem conceitos e desenvolvem o raciocínio, dizem os especialistas. Tocam-nos para nos sentirem e perceberem quem têm à sua frente. É um mundo de total silêncio e vazio, apenas quebrado pelo toque. Confesso que não consigo sequer imaginar como será viver sem ouvir as palavras, sem ver a luz do dia, sem distinguir o belo do feio....